Três anos após o aparecimento dos primeiros casos do coronavírus em Wuhan, no centro do país, a China decidiu terminar a sua política radical de "covid zero" a 7 de dezembro, sem qualquer aviso prévio.
Em menos de um mês, os hospitais chineses ficaram sobrelotados, os crematórios estão a transbordar e nas farmácias começam a faltar medicamentos para a febre, relata a agência de notícias francesa France Press (AFP).
"A prevenção e o controlo da epidemia entrou numa nova fase. Ainda estamos num momento difícil", mas "a luz da esperança está à frente", disse Xi Jinping num discurso televisivo de Ano Novo citado pela AFP.
Esta é a segunda vez esta semana que o Presidente chinês comenta a epidemia, tendo defendido na segunda-feira que as medidas aplicadas têm como objetivo "proteger efetivamente a vida do povo".
Segundo as últimas estatísticas oficiais divulgadas hoje, há mais de 7.000 novos casos positivos e uma morte ligada à covid, numa população de 1,4 mil milhões de habitantes.
A AAF escreve hoje que "estes números são largamente subavaliados e parecem estar totalmente desfasados da realidade no terreno".
As autoridades decidiram que dentro de uma semana, a 8 de janeiro, terminam as quarentenas obrigatórias a quem chega à China e que o povo chinês pode voltar a viajar para o estrangeiro.
No entanto, vários países -- tais como a França, Itália, Estados Unidos ou Japão -- já anunciaram que serão exigidos testes negativos aos passageiros vindos da China.
Para o chefe da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, as medidas de precaução que estão a ser tomadas por vários países são "compreensíveis" tendo em conta a falta de informação fornecida por Pequim.
Já Pequim defende que as estatísticas que tem divulgado desde o início da epidemia têm sido sempre transparentes.
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