Bolsonaro, que deixa este domingo a presidência brasileira após as eleições ganhas por Lula da Silva, expressou através das redes sociais o seu pesar pela morte do papa alemão, de quem disse que "deixa um legado imenso para a Igreja Católica, para todos os cristãos e para a humanidade".
Bento XVI, escreveu o chefe de Estado brasileiro, viveu "dedicado à verdade" e, "em defesa do Evangelho, criticou destemidamente os erros da 'teologia da libertação', que procura confundir o cristianismo com equívocos do marxismo".
A mensagem foi a primeira que Bolsonaro publicou nas suas redes sociais depois de ter deixado o país antes da tomada de posse de Lula da Silva, que o derrotou nas eleições do passado mês de outubro.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, também expressou as suas condolências pela morte do papa emérito Bento XVI, que descreveu como "um grande líder espiritual totalmente comprometido com a reconciliação histórica entre a Igreja Católica e o povo judeu".
"Em nome de todos os cidadãos de Israel, envio as minhas profundas condolências ao mundo cristão pela morte do Papa Bento XVI", lê-se num comunicado de Netanyahu.
"Foi um grande líder espiritual totalmente comprometido com a reconciliação histórica entre a Igreja Católica e o povo judeu, que expressou comoventemente durante a sua visita histórica a Israel em 2009", disse, recordando o seu encontro com o pontífice.
Às dezenas de líderes e instituições mundiais que prestaram homenagem ao papa emérito, que morreu hoje aos 95 anos, juntou-se também a União Africana (UA).
"Apresento as minhas mais profundas condolências ao papa Francisco, ao Vaticano e à comunidade católica pela morte de Sua Santidade o papa Emérito Bento XVI", disse o presidente da Comissão da UA (secretariado), Moussa Faki Mahammat, na sua conta do Twitter.
"Envio as minhas mais profundas condolências a Sua Santidade o Papa Francisco e a toda a comunidade católica. Saúdo a memória do ilustre falecido. Que descanse em paz", escreveu o atual presidente da UA e chefe de Estado do Senegal, Macky Sall.
A eles juntaram-se ainda os chefes de Estado do Benim, Botsuana, Etiópia, Gabão, Quénia, Namíbia, República Democrática do Congo (RDC), Tanzânia e Zâmbia.
O Presidente queniano, William Ruto, enviou mensagens de condolências através da sua conta de Twitter dizendo que a morte de Bento XVI "marca o fim de uma vida verdadeiramente grande e a morte de um notável teólogo e fiel servo da Igreja".
O Presidente da RDC, Felix Tshisekedi, considerou o papa emérito "um homem piedoso completamente dedicado à sua missão apostólica" e apresentou as suas "mais sinceras condolências ao Papa Francisco" e à comunidade católica congolesa.
O Presidente da Namíbia, Hage Geingob, recordou um encontro que teve com Bento XVI, em Roma, no qual ambos falaram "na importância da fé na construção de comunidades tolerantes".
A Presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, disse estar "triste" e enviou condolências aos membros da Igreja Católica na Tanzânia e em todo o mundo através de 'posts' na sua conta de Twitter, tanto em Suaíli como em Inglês.
O primeiro-ministro etíope, Sahle-Work Zewde, expressou "a sua dor" pela morte do papa emérito, e sublinhou que será recordado "pelos seus esforços ao longo da vida para tornar o nosso mundo um lugar melhor".
Os presidentes do Benin, Patrice Talon, do Botsuana, Mokgweetsi Masisi, do Gabão, Ali Bongo Ondimba, e da Zâmbia, Hakainde Hichilema, também enviaram as suas condolências.
Também o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, o chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro, os Governos colombiano, guatemalteco e costa-riquenho e o chefe da diplomacia cubano lamentaram já a morte do papa emérito Bento XVI.
Mahmud Abbas defendeu "a aproximação entre os povos e as religiões" e elogiou Bento XVI, que hoje morreu aos 95 anos, "pela sua solidariedade e apoio à liberdade e independência do povo palestiniano".
Numa carta de condolências dirigida ao Papa Francisco, Abbas "pediu misericórdia para Sua Santidade o papa Bento, e que o Papa Francisco goze de boa saúde e de uma longa vida", indicou a agência oficial de notícias palestiniana WAFA.
Às dezenas de líderes e instituições mundiais que hoje prestaram homenagem ao papa emérito, que na quarta-feira recebeu o sacramento da extrema-unção devido ao seu grave estado de saúde e hoje morreu no mosteiro Mater Ecclesiae do Vaticano, onde residia desde que se retirara, em 2013 -- altura em que se tornou o primeiro papa a renunciar à liderança da Igreja Católica desde a Idade Média -, juntaram-se vários líderes de países da América Latina.
"O Presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro Moros, junta-se ao luto que tomou a Igreja Católica pela morte do papa emérito Bento XVI", escreveu o Governo venezuelano num comunicado divulgado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Carlos Faría, na sua conta da rede social Twitter.
No texto, a Venezuela reconheceu o trabalho de Bento XVI à frente da Igreja Católica e como "defensor da dignidade humana, das classes mais humildes e desfavorecidas e da construção de um mundo mais igualitário e justo".
Saudou igualmente o seu trabalho como "impulsionador do diálogo inter-religioso" e expressou o seu pesar aos católicos.
Também Cuba transmitiu hoje "as mais sentidas condolências por ocasião do falecimento do papa emérito Bento XVI", sublinhando no Twitter o chefe da diplomacia de Havana, Bruno Rodriguez, que o pontífice "honrou Cuba com a sua presença durante a visita apostólica realizada em 2012".
Por sua vez, o Governo colombiano elogiou Bento XVI como um "destacado humanista e defensor da justiça social" que será recordado por dedicar a sua vida à "renovação da Igreja".
O executivo da Guatemala foi outro dos que hoje se solidarizaram com "o povo católico" a nível mundial pela "irreparável morte" de Bento XVI e o Governo da Costa Rica decretou quatro dias de luto nacional -- período justificado pelo país por se ter tratado da mais alta autoridade religiosa do Estado costa-riquenho.
Joseph Ratzinger foi Papa entre 2005 e 2013, quando abdicou e passou a ser emérito da diocese de Roma, dois meses antes de comemorar oito anos no cargo.
Joseph Ratzinger nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, tornando-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.
Os abusos sexuais a menores por padres e o "Vatileaks", caso em que se revelaram documentos confidenciais do papa, foram temas que agitaram o seu pontificado.
Bento XVI classificou os abusos como um "crime hediondo" e pediu desculpa às vítimas.
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