Nestes campos de prisioneiros, civis foram mantidos em condições desumanas e torturados, explicou Volodimir Timoshko, chefe da polícia daquela região, numa mensagem divulgada na rede social Facebook.
Alguns prisioneiros foram submetidos a choques elétricos e outros tiveram os dedos quebrados, realçou Timoshko, citado pela agência Europa Press.
A região de Kharkiv esteve sob o controlo das forças russas desde o início da invasão, em fevereiro, até o início de setembro, quando as forças ucranianas forçaram a sua retirada numa contraofensiva.
Desde então, foram localizados 920 corpos de civis, incluindo os de 25 crianças, segundo Timoshko, que garantiu que foram mortos por soldados russos.
A investigação ucraniana sugere que as forças russas também cometeram crimes de guerra em outras áreas ocupadas, como Bucha, nos arredores de Kyiv, onde foram encontrados mais de 400 corpos, a maioria de mortes violentas.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.884 civis mortos e 10.947 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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