"Os pedidos de paz e as negociações entre Moscovo e Kiev devem ser apoiados por um cessar-fogo unilateral", disse o chefe de Estado da Turquia a Putin, de acordo com um comunicado divulgado pela Presidência turca.
O Presidente russo reiterou, por seu lado, que só suspenderá a ofensiva quando a Ucrânia "aceitar as novas realidades territoriais", numa referência à anexação de quatro regiões ucranianas: Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, áreas parcialmente ocupadas pela Rússia que, em setembro, foram declaradas parte do território da Federação Russa, embora a comunidade internacional tenha considerado a iniciativa como ilegal.
Erdogan, que deve encontrar-se hoje com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tem tentado manter boas relações com os dois países em guerra desde o início do conflito, em fevereiro do ano passado, embora seja um dos fornecedores de armas a Kiev.
Membro da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a Turquia não adotou sanções contra a Rússia e assumiu, sob a égide da ONU, um papel mediador entre Kiev e Moscovo, nomeadamente nos acordos que permitiram desbloquear os cereais ucranianos e os fertilizantes russos para voltarem a ser exportados através do mar Negro para o resto do mundo.
Ancara também desempenhou um papel importante numa troca de prisioneiros, realizada em setembro passado.
Apesar do papel de mediação, a Turquia forneceu armas à Ucrânia, incluindo 'drones' (aeronaves não tripuladas) e veículos blindados e fez acordos sobre energia e cooperação com Moscovo, conseguindo um equilíbrio complicado.
Erdogan e Putin também discutiram a cooperação energética, nomeadamente o projeto de estabelecer um centro regional de distribuição de gás natural na Turquia, tendo o Presidente turco pedido medidas concretas para colocar a infraestrutura em funcionamento o mais rapidamente possível.
Outro dos temas da conversa foi a situação na Síria, depois da primeira reunião de alto nível em 11 anos entre Ancara e Damasco, realizada em Moscovo no final de dezembro, com a participação dos ministros da Defesa da Turquia e da Síria e a mediação do ministro russo com a mesma pasta.
[Notícia atualizada às 11h41]
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