Thiam, que concorreu sozinho, obteve 99,5% dos votos expressos, com uma taxa de participação de 93,17%, de acordo com os resultados globais provisórios.
A escolha foi feita numa convenção do Partido Democrático da Costa do Marfim (PDCI, na sigla em francês) realizada na quarta-feira.
Atualmente fora do país, Thiam, de 62 anos, está no centro de uma controvérsia sobre a sua nacionalidade que pode enfraquecer a candidatura à presidência.
Thiam esteve ausente do país durante mais de 20 anos para prosseguir uma carreira no estrangeiro à frente de grandes empresas financeiras como a Aviva, a Prudential e o Credit Suisse.
Nascido na Costa do Marfim, adquiriu a nacionalidade francesa em 1987, à qual renunciou em março para se candidatar às eleições presidenciais, um escrutínio em que os candidatos não podem ter dupla nacionalidade.
Mas, segundo os seus detratores, a aquisição de uma outra nacionalidade privou-o automaticamente da sua nacionalidade costa-marfinense, por força do artigo 48.º do código da nacionalidade, que data da década de 1960.
Para o PDCI, a controvérsia não passa de uma manobra das autoridades para impedir a candidatura de Thiam.
Ao mesmo tempo, a seis meses das eleições no país mais rico da África Ocidental francófona, as tensões estão a abalar o panorama político, nomeadamente no que se refere à inelegibilidade de três opositores devido a condenações judiciais.
Trata-se do antigo Presidente Laurent Gbagbo (2000-2011), proposto pelo Partido Popular Africano - Costa do Marfim (PPA-CI, na sigla em francês), do antigo braço-direito Charles Blé Goudé e do antigo primeiro-ministro e ex-líder rebelde Guillaume Soro, que se encontra no exílio.
Os nomes destes três homens não figuram na lista eleitoral provisória, cuja versão definitiva será publicada em junho.
A comissão eleitoral acaba de declarar inadmissível o pedido de Blé Goudé.
Para além disso, o PDCI de Thiam e o PPA-CI de Gbagbo anunciaram a suspensão da sua participação na Comissão Eleitoral Independente (CEI), denunciando a falta de independência do órgão responsável pela organização das eleições.
O partido no poder, a União dos Houphouëtistes pela Democracia e a Paz (RHDP, na sigla em francês), respondeu através do seu ministro de Estado e porta-voz, Kobenan Kouassi Adjoumani, que "não tenciona deixar-se distrair por todo este ruído orquestrado por uma oposição que, na realidade, receia as eleições".
Por seu lado, o Presidente, Alassane Ouattara, de 83 anos, não indicou se tenciona ou não candidatar-se a um quarto mandato, mas disse em janeiro que estava "desejoso de continuar a servir" o seu país.
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