Dmitry Polyansky, diplomata russo nas Nações Unidas, afirmou que a Ucrânia está pronta para "sacrificar" o seu povo em prol dos "jogos geopolíticos ocidentais", considerando que Kyiv rejeitou o cessar-fogo decretado pelo presidente russo, Vladimir Putin, para os dias 6 e 7 de janeiro.
"Mais um lembrete de com quem estamos a lutar na Ucrânia - criminosos nacionalistas implacáveis que estão prontos para sacrificar seu país e seu povo por causa dos jogos geopolíticos ocidentais e que não têm respeito pelas coisas sagradas", disse o diplomata russo, numa publicação partilhada no Twitter.
Recorde-se que, segundo o Kremlin, o cessar-fogo unilateral de 36 horas decretado por Putin surgiu em resposta ao apelo do Patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Cirilo, com o objetivo de se poder celebrar sábado o Natal ortodoxo.
Contudo, quinta-feira à noite, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia de tentar "usar o Natal como disfarce" para deter o avanço do Exército ucraniano e reagrupar as suas tropas.
Por sua vez, o exército russo alega estar a respeitar o cessar-fogo acusando Kyiv de continuar com os bombardeamentos.
No entanto, em Bakhmout, epicentro dos combates no leste da Ucrânia, os duelos de artilharia não pararam. Os jornalistas da agência noticiosa France-Presse (AFP) ouviram disparos, mas com uma menor intensidade do que nos dias anteriores, dos lados ucraniano e russo após o início do cessar-fogo nesta cidade, em que as ruas estão em grande parte destruídas e desertas.
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