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Rússia matou 600 soldados ucranianos em Kramatorsk? "Propaganda"

A Defesa russa adiantou tratar-se de uma manobra de retaliação, após o ataque de Kyiv sob os militares russos em Makiivka, no Ano Novo, que, segundo a Ucrânia, vitimou 400 soldados da força de Moscovo.

Rússia matou 600 soldados ucranianos em Kramatorsk? "Propaganda"

Findo o cessar-fogo decretado pelo presidente russo para os dias 6 e 7 de janeiro, de modo a celebrar o Natal ortodoxo, o Ministério da Defesa daquele país avançou, este domingo, ter levado a cabo um ataque de retaliação contra os militares ucranianos numa base na cidade de Kramatorsk, alegando ter 'eliminado' mais de 600 soldados. Contudo, tanto o autarca da região, como um porta-voz das forças ucranianas negam essas afirmações. Este último descreveu-as, inclusivamente, como “mais um ato de propaganda”.

"Como resultado de um ataque massivo de mísseis a esses pontos de implantação temporária de unidades das Forças Armadas da Ucrânia, mais de 600 militares ucranianos foram mortos", disse o organismo, citado pela agência TASS, esta manhã. Mais de 1.300 soldados estariam abrigados temporariamente nos dois edifícios atingidos, segundo o mesmo meio.

A Defesa russa adiantou tratar-se de uma manobra de retaliação, após o ataque de Kyiv sob os militares russos em Makiivka, no Ano Novo, que, segundo a Ucrânia, vitimou 400 soldados da força do regime de Vladimir Putin. Ainda assim, a Rússia deu conta de apenas 89 mortes.

Por seu turno, o autarca de Kramatorsk, Oleksandr Honcharenko, negou que 600 soldados ucranianos tenham sido abatidos pelas forças russas, refutando as informações anteriormente descritas. Segundo o responsável, citado pelo The Guardian, não há registo de mortos.

Também Serhiy Cherevaty, porta-voz das forças armadas ucranianas, rejeitou as alegações, que descreveu como “mais um ato de propaganda russa”, em declarações à BBC.

De notar que, na quinta-feira, o chefe de Estado russo decretou um cessar-fogo de 36 horas entre o meio-dia de 6 de janeiro e a meia-noite de 7 de janeiro, alegadamente para que os cidadãos pudessem celebrar o Natal ortodoxo. Contudo, tanto Kyiv como os seus aliados consideraram que tudo não passava de uma “hipocrisia”.

Na verdade, segundo o vice-chefe da administração presidencial ucraniana, Kyrylo Tymoshenko, um civil foi morto na região de Kharkiv e outro na de Donetsk, com nove pessoas a ficarem feridas em três outras áreas, apesar das ‘tréguas’.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14 milhões de pessoas, segundo dados os mais recentes da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram 6.919 civis desde o início da guerra e 11.075 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Rússia reivindica morte de 600 ucranianos num ataque em Makiivka

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