Sindicato alerta para ataques terroristas nas refinarias do Brasil

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) alertou hoje para possíveis ataques às refinarias da petrolífera brasileira Petrobras, na sequência das invasões às sedes dos três poderes em Brasília por parte de simpatizantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

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Lusa
09/01/2023 07:17 ‧ 09/01/2023 por Lusa

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"Estes possíveis atos podem colocar em risco os ativos da Petrobras, a integridade física dos trabalhadores destas unidades assim como o entorno destes ativos e comprometer o fornecimento de combustíveis para a população", alerta a FUP.

"Neste sentido entendemos ser fundamental que a empresa se prepare e acione todos os meios necessários para garantir a segurança dos trabalhadores e das unidades produtivas da empresa e o abastecimento dos mercados", acrescentou, lembrando a circulação de mensagens nas redes sociais em que manifestantes indicam que querem impedir o fornecimento de combustíveis à população. 

Os apoiantes de Bolsonaro estarão a mobilizar, através das redes socais, ataques às refinarias da Petrobras em todo o país.

Em comunicado, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, indicou que, "em articulação com as entidades vinculadas, tem garantido a normalidade do abastecimento nacional de combustíveis e o funcionamento adequado de refinarias, terminais e bases de distribuição".

Silveira prometeu acompanhar com atenção a situação dos protestos nessas infraestruturas e garantir o fornecimento de combustíveis.

A presidente do Partido dos Trabalhadores já acusou também manifestantes de terem bloqueado o acesso à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) em Araucária, Curitiba, no estado do Paraná (sul), apontando para vídeos publicados nas redes sociais.

"Os bandidos agora estão tentando impedir as refinarias de distribuir combustíveis. Esse vídeo é de delinquentes lá no Paraná, que estão à frente da Repar, em Araucária. O governo do Estado vai deixar?", escreveu Gleisi Hoffmann, na rede social Twitter.

O Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva decretou a intervenção federal em Brasília depois de centenas de apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro terem no domingo invadido e vandalizado o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal, sedes dos poderes legislativo, executivo e judicial.

Os manifestantes, que furaram as barreiras de proteção da polícia, pediam uma intervenção militar para derrubar Lula da Silva, uma semana após a sua tomada de posse.

A Polícia Militar conseguiu, entretanto, recuperar o controlo da sede do STF e o chefe de Estado brasileiro prometeu que todos os responsáveis pelas invasões serão punidos.

 O ex-presidente Jair Bolsonaro demarcou-se hoje das invasões de edifícios públicos em Brasília feitas no domingo pelos seus apoiantes e repudiou as acusações de ter estimulado os ataques.

"Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra", escreveu Jair Bolsonaro, na sua conta oficial na rede social Twitter.

Em três 'posts' sucessivos, Jair Bolsonaro comentou as ocupações feitas na capital brasileira e rejeitou as acusações feitas pelo seu sucessor, Lula da Silva, que o responsabilizou por ter incitado os ataques de domingo aos edifícios sede dos poderes legislativo, judicial e executivo.

"Repudio as acusações, sem provas, a mim atribuídas por parte do atual chefe do executivo do Brasil", escreveu Bolsonaro.

Numa declaração pouco depois dos ataques em que decretou a intervenção federal em Brasília, o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, acusou hoje Bolsonaro de ser um genocida, por provocar e estimular invasões violentas em edifícios públicos neste domingo em Brasília, capital do país.

"Este genocida não só provocou isso, não só estimulou isso, como, quem sabe, está estimulando ainda pelas redes sociais também", afirmou Lula da Silva referindo-se a Bolsonaro que está em Orlando, nos Estados Unidos.

Leia Também: Órgão pede punição a funcionários públicos envolvidos em invasão

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