O líder do partido AUR, George Simion, 38 anos, que era a figura nacionalista mais estabelecida no país antes da ascensão meteórica de Georgescu, tinha afastado uma candidatura na noite de terça-feira, mas hoje disse na rede Facebook que mudou de ideias depois de se encontrar com o candidato excluído.
Num vídeo, Simion surgiu ao lado de uma estreante, a dirigente do Partido da Juventude (POT) Anamaria Gavrila, de 41 anos, e ambos vão concorrer às eleições se recolherem as 200 mil assinaturas necessárias até sábado, e pediram aos seguidores de Georgescu que os apoiem.
"Se ambos os pedidos forem aprovados, um de nós vai desistir, esclareceu Anamaria Gavrila, explicando a estratégia de dar à extrema-direita romena a melhor hipótese possível.
Calin Georgescu, que tinha causado surpresa em novembro ao vencer à primeira volta, posteriormente cancelada, foi definitivamente excluído de se apresentar às presidenciais, criticando "uma ditadura" e pedindo que a luta continuasse pacificamente nas urnas.
Simion, cujo partido é o segundo mais representado no parlamento, já se tinha candidatado à presidência em 24 de novembro, recebendo quase 14% dos votos, antes de unir forças com Georgescu.
Fã do Presidente norte-americano, Donald Trump, descreve-se como um patriota, opõe-se à ajuda militar à vizinha Ucrânia, aos direitos LGBT+ e defende uma "Europa soberana de nações".
Os especialistas duvidam das suas hipóteses de obter tantos votos como Calin Georgescu, que foi creditado com 40% das intenções de voto nas sondagens antes de a sua candidatura ser rejeitada.
No mesmo campo político, a tempestuosa candidata pró-Kremlin Diana Sosoaca, que foi banida no ano passado pelo Tribunal Constitucional, também tentará participar.
A disputa é agora muito aberta, com o candidato da coligação governamental pró-europeia, Crin Antonescu, e o presidente independente da câmara de Bucareste, Nicusor Dan, empatados nas pesquisas (entre 15% e 20%).
A Roménia, país membro da UE e da NATO e pouco habituado a convulsões políticas, está mergulhada na incerteza desde que Calin Georgescu surgiu no panorama político, após uma campanha massiva na rede TikTok que foi considerada ilegal.
A eleição foi posteriormente anulada e o político de extrema-direita foi acusado e colocado sob supervisão judicial.
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