Província mais populosa do Canadá, o Ontario anunciou na segunda-feira a sobretaxa de 25% sobre a eletricidade para cerca de 1,5 milhões de residências e empresas norte-americanas, nos estados norte-americanos do Michigan, Minnesota e Nova Iorque.
A medida foi uma retaliação a taxas aduaneiras sobre os produtos do Canadá, impostas na semana passada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, que pouco depois as suspendeu até ao próximo dia 02 de abril.
Doug Ford anunciou a suspensão da sobretaxa através das redes sociais, após uma conversa "produtiva" com o secretário do Comércio norte-americano, Howard Lutnick, em que ambos concordaram "reunir-se formalmente" em Washington na quinta-feira para "discutir uma renovação" do Acordo de Livre Comércio Canadá-EUA-México.
O encontro terá lugar antes do prazo de 02 de abril, quando devem entrar em vigor as tarifas "recíprocas", adiantou Ford.
Logo após as declarações de Ford, Trump indicou que "provavelmente" irá reconsiderar as novas tarifas de retaliação que anunciou algumas horas antes sobre o alumínio e o aço canadianos, a partir de quarta-feira, ameaçando prolongar a guerra comercial entre os dois países.
"Houve um senhor muito forte no Canadá que disse que ia impor taxas e sobrecustos à eletricidade dos EUA e fomos informados recentemente que ele não vai fazer isso", justificou.
Poucas horas antes, Trump indicou ter dado instruções ao secretário do Comércio para acrescentar uma tarifa adicional de 25%, até 50%, sobre todo o aço e alumínio que entram nos Estados Unidos provenientes do Canadá.
Em resposta às taxas impostas pelo Canadá, Donald Trump afirmou ainda que declarará "em breve" um estado de emergência nacional no setor da eletricidade na zona afetada pela medida da província de Ontario, para que se possa "fazer rapidamente o que deve ser feito para aliviar esta ameaça abusiva do Canadá".
Face às taxas impostas pelo Canadá, o Presidente dos EUA ameaçou que, a partir de 02 de abril, irá impor tarifas tão elevadas sobre os automóveis canadianos que "paralisarão definitivamente a indústria automóvel no Canadá".
Repetindo uma provocação sucessiva ao país-vizinho, cujo primeiro-ministro tem tratado por "governador, Trump reiterou que a "única coisa sensata" que o Canadá poderia fazer para evitar as tarifas seria tornar-se o "51.º Estado norte-americano".
"Tal faria com que todas as tarifas e tudo o resto desaparecessem completamente. Os impostos dos canadianos seriam substancialmente reduzidos, estariam mais seguros, militarmente e de outra forma. Já não haveria um problema na fronteira norte, e a maior e mais poderosa nação do mundo seria maior, melhor e mais forte do que nunca. E o Canadá faria parte disso", frisou Trump na rede Truth Social.
Em declarações à imprensa, Doug Ford afirmou estar confiante de que o Presidente dos EUA também desistiria dos seus próprios planos de tarifas de 50% sobre o aço e o alumínio canadianos e que Lutnick agora "tem de articular com o Presidente" norte-americano.
"Mas estou bastante confiante de que [Trump] vai recuar", disse o governador canadiano, sobre a ameaça de tarifas sobre aço e alumínio.
"De forma alguma vamos simplesmente recuar. O que vamos fazer é ter uma conversa construtiva", adiantou Ford.
Desde a sua tomada de posse a 20 de janeiro, Donald Trump tem anunciado a imposição e reversão de tarifas - nomeadamente ao Canadá, Panamá, México e aos países europeus- desestabilizando os mercados e os aliados dos Estados Unidos.
[Notícia atualizada às 20h00]
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