"Condenamos as execuções de Mohammad Mehdi Karami e Mohammad Hosseini e as sentenças adicionais anunciadas hoje [segunda-feira]", sublinhou o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan.
Numa nota divulgada através da rede social Twitter, Sullivan acrescentou que os EUA se associam aos "parceiros em todo o mundo que pedem o fim imediato dos abusos", garantindo ainda que Irão "será responsabilizado".
A União Europeia chamou esta segunda-feira para consultas o embaixador do Irão junto das instituições europeias, Hossein Dehghani, para protestar contra as execuções, no passado sábado, de mais dois condenados por participação nos protestos.
O secretário-geral do Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE), Stefano Sannino, apelou ao diplomata iraniano para que Teerão ponha "imediatamente" fim à imposição de penas de morte aos manifestantes e anule "sem demora" todas as que já foram ditadas pelas autoridades.
O Irão soma já 16 condenações à morte e quatro execuções desde que, no passado mês de setembro, se iniciaram os protestos, desencadeados pela morte às mãos da polícia da moralidade da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, violentamente espancada numa rua de Teerão por não levar o 'hijab' (véu islâmico) devidamente posto, deixando entrever parte do seu cabelo.
Além disso, a forte repressão policial para tentar impedir as manifestações fez até agora mais de 500 mortes e quase 20.000 detenções em todo o país.
As autoridades enforcaram a 08 de dezembro Mohsen Shekari, de 23 anos, por ter "ferido um guarda miliciano islâmico (basiji) com uma arma branca, bloqueado uma rua e criado terror em Teerão".
Quatro dias depois, foi executado em público um segundo manifestante, Majid Reza Rahnavard, condenado pelo assassínio de dois agentes de segurança.
No sábado, foram executados Mohammad Mehdi Karami e Mohammad Hosseini pelo alegado assassínio de um guarda miliciano islâmico (basiji).
A União Europeia aprovou já três pacotes de sanções contra o Irão pelas execuções e pela repressão sobre os manifestantes.
Países como a França, Reino Unido, Alemanha, Noruega, Dinamarca, Bélgica e Países Baixos também já convocaram os embaixadores do Irão nos seus países.
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