Chefes da máfia italiana libertados se vítimas não apresentarem queixa
Três chefes do clã Cosa Nostra devem ser libertados devido à reforma da justiça italiana no ano passado, que estabelece que os processos só podem começar com base nas queixas ou relatórios das vítimas, revelaram hoje fontes judiciais.
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Mundo Cosa Nostra
Neste caso em concreto, as vítimas recusaram-se a apresentar as acusações necessárias contra os chefes da máfia, provavelmente por medo de represálias, noticiou a agência ANSA.
Os procuradores de Palermo foram forçados a solicitar que os mandados de detenção para este trio e as acusações fossem revogados, explicaram fontes judiciais.
A justiça italiana alertou para o enfraquecimento da luta contra o crime, com a norma que fez parte da reforma da justiça do ano passado e que foi enquadrada pela ex-ministra da Justiça, Marta Cartabia.
Como exemplo, os procuradores italianos alertaram que turistas estrangeiros costumam deixar o país depois de verem as suas malas roubadas e antes de registarem uma queixa, o que deixa as autoridades sem margem de manobra para investigar.
Os procuradores também alertaram que muitas vítimas podem ser intimidadas pelos alegados criminosos.
O presidente do sindicato dos magistrados italianos ANM, Giuseppe Santalucia, destacou à ANSA que "os recentes relatos dos 'media' sobre a provável revogação de medidas de custódia por crimes que foram objeto de denúncias, mesmo quando há o agravante dos métodos mafiosos, impõem um repensar, o mais rapidamente possível, das escolhas dos políticos".
Santalucia acrescentou que a norma Cartabia deve ser ajustada rapidamente, para garantir que este tipo de casos não se repetem.
Fontes do Ministério da Justiça italiano referiram à ANSA que existem dois anos para fazer todos os ajustes necessários na reforma de Cartabia.
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