"Na noite de 12 de janeiro, a libertação da cidade de Soledar foi concluída", disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, tenente-general Igor Konashenkov, citado pela agência oficial TASS.
Konashenkov disse que o controlo de Soledar permite cortar as rotas de abastecimento das tropas ucranianas na vizinha Bakhmut e cercar ali as forças de Kiev.
Não houve confirmação imediata das autoridades ucranianas à reivindicação da Rússia.
Horas antes, a vice-ministra da Defesa ucraniana, Ganna Maliar, tinha dito que as forças da Ucrânia estavam a enfrentar uma "ofensiva de alta intensidade" russa em Soledar.
A queda de Soledar marcaria uma rara vitória para a Rússia, após uma série de reveses militares na guerra que iniciou com a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro do ano passado.
A confirmar-se, a captura de Soledar marcaria o fim de uma série de derrotas para a Rússia, que começaram no início de setembro, com a perda de parte do nordeste em torno de Kharkiv e retirada gradual para o sul até à saída de Kherson, em novembro, assinalou a agência francesa AFP.
A conquista de Soledar, onde há semanas se travam combates violentos, é de "grande importância para a continuação das operações ofensivas na frente de Donetsk", disse ainda Konashenkov, citado pela agência espanhola EFE.
"Durante as operações de libertação de Soledar, as unidades das forças aerotransportadas conduziram uma manobra dissimulada de uma direção diferente, atacaram com sucesso as posições das Forças Armadas da Ucrânia, ocuparam zonas altas dominantes e bloquearam a cidade a partir do norte e do sul", afirmou.
O porta-voz disse ainda que "só durante os últimos três dias, foram mortos na área de Soledar mais de 700 militares ucranianos" e destruídos mais de 300 equipamentos de guerra das forças de Kiev.
A captura de Soledar foi possível "devido a constantes ataques terrestres e aéreos" pelo exército e unidades de artilharia de mísseis das forças russas, acrescentou o porta-voz do ministério liderado por Serguei Shoigu.
As autoridades impostas pela Rússia na região de Donetsk, anexada à Ucrânia, relataram "pequenas bolsas de resistência" em Soledar na quinta-feira.
O fundador do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigojin, anunciou o controlo de Soledar pelos seus mercenários na madrugada de quarta-feira.
O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), com sede nos Estados Unidos que acompanha os combates em tempo real, considerou que captura de Soledar "é pouco provável que pressagie um cerco iminente de Bakhmut".
"Não permitirá que as forças russas exerçam controlo sobre as importantes linhas terrestres de comunicação ucranianas para Bakhmut", disse o ISW no seu boletim diário.
Bakhmut, localizada a 15 quilómetros a sudoeste de Soledar, é o principal alvo do exército russo.
Soledar, onde se situa uma mina de sal, tinha cerca de 10.000 habitantes antes da guerra.
A pequena cidade situa-se na região separatista de Donetsk, no leste da Ucrânia, que a Rússia anexou no final de setembro, juntamente com Lugansk, Kherson e Zaporijia.
A Rússia já tinha anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem a anexação russa de território ucraniano.
As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser confirmadas de imediato de forma independente.
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