Líder do Grupo Wagner condena "menosprezo de méritos" dos mercenários
O fundador do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, denunciou hoje que forças na Rússia estão a tentar "menosprezar os méritos" dos mercenários, por não terem mencionado o seu contributo para a alegada captura da vila ucraniana de Soledar.
© Mikhail Svetlov/Getty Images
Mundo Ucrânia
"Tentam constantemente 'roubar' a vitória dos mercenários Wagner e falam sobre a presença de alguém que não fica claro quem é, apenas para menosprezar os seus méritos", lamentou Prigozhin, na rede social Telegram.
Prigozhin e o Ministério da Defesa russo estão desalinhados há meses, desde que o líder do Grupo Wagner criticou a estratégia da campanha militar russa na Ucrânia e a liderança responsável pela sua organização, incluindo o novo chefe das Forças Armadas da Rússia na Ucrânia, Valeri Gerasimov.
Por várias vezes, Prigozhin sublinhou que, se não fossem os seus mercenários, a intervenção militar russa teria sofrido ainda mais reveses do que aqueles que já experimentou nos últimos 10 meses.
As declarações do líder da Wagner acontecem depois de o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov, ter dito hoje, no seu relatório diário de guerra, que "na noite passada, 12 de dezembro, a libertação da cidade de Soledar foi concluída", sem fazer menção ao contributo do Grupo Wagner.
Konashenkov disse apenas que a captura de Soledar foi possível "devido aos constantes ataques terrestres e aéreos" do Exército e das unidades de artilharia de mísseis das forças russas.
Na quarta-feira, ao anunciar a tomada da cidade, Prigozhin garantiu que as suas unidades tinham assumido o controlo da cidade e que "apenas combatentes do grupo Wagner e nenhuma outra unidade militar" do Exército Russo participaram no assalto a Soledar.
"Não havia um único paraquedista em Soledar. Os próprios paraquedistas confirmam isso. Soledar foi tomada apenas pelo esforço dos combatentes do Grupo Wagner. E não há necessidade de ofender os combatentes diminuindo o seu mérito", concluiu Prigozhin.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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