Ucrânia. AIEA vai enviar inspetores às centrais nucleares ucranianas
Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) anunciou hoje que vai enviar a partir da próxima semana inspetores a todas as centrais nucleares da Ucrânia, no âmbito dos esforços para evitar acidentes num cenário de guerra.
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Mundo Guerra na Ucrânia
"Quando esta trágica guerra entra no seu segundo ano, devemos continuar a fazer o possível para evitar o perigo de um grave acidente nuclear que provocaria mais sofrimento e destruição ao povo da Ucrânia e para além deste país", declarou em comunicado Rafael Grossi, diretor-geral da AIEA.
Na nota divulgada, anuncia que viajará na próxima semana à Ucrânia para estabelecer essa "presença contínua" de 12 peritos de segurança nuclear nas quatro centrais nucleares ucranianas, em resposta a um pedido do Governo de Kiev.
Estão previstas deslocações à antiga central nuclear de Chernobil, onde em 1986 ocorreu o mais grave acidente nuclear da história, e às instalações de Rivne e Ucrânia do Sul. A Agência também vai assegurar presença na central de Khmelnytskyy.
A AIEA mantém desde setembro uma equipa na central de Zaporijia, sob controlo da Rússia e que foi sujeita a bombardeamentos que ameaçaram a sua segurança.
Na semana passada foi interrompida a única linha operativa de reserva de fornecimento elétrico, que não foi reativada, uma situação que Grossi considerou uma prova da fragilidade da situação.
Advertiu ainda para a pressão existente sobre o pessoal da central e as consequências que poderão advir para a sua segurança.
Grossi afirmou que esta deslocação é um passo importante nos esforços da AIEA para ajudar a Ucrânia em "tempos imensamente difíceis e desafiantes".
Os peritos da AIEA vão avaliar a situação nas centrais, bem como as suas necessidades de equipamento, e fornecer assistência técnica.
Grossi também anunciou que manterá novos contactos com as autoridades ucranianas para tentar garantir uma zona de segurança em torno de Zaporijia, a maior central nuclear da Europa.
"As minhas conversações com a Ucrânia e a Rússia estão a avançar, apesar de menos rápidas do que deveriam. Mantenho a esperança de que em breve possamos acordar e implementar a zona", assinalou o diplomata argentino.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.952 civis mortos e 11.144 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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