Dinheiro argentino perdeu valor? Artista agora usa as notas como 'telas'

Com uma inflação anual que esteve na ordem dos 100% no ano passado, a nota de maior valor na Argentina, de mil pesos, vale agora pouco mais de cinco euros, ao câmbio atual.

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© REUTERS/Javier Corbalan

Notícias ao Minuto
13/01/2023 23:35 ‧ 13/01/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Argentina

O dinheiro perdeu, na Argentina, tanto valor nos últimos anos que um artista local teve a ideia de transformar as notas em verdadeiras 'telas' - de certo modo, também, para valorizá-las, reporta a Reuters.

Com uma inflação anual que esteve na ordem dos 100% no ano passado, a nota de maior valor na Argentina, de mil pesos, vale agora pouco mais de cinco euros, ao câmbio atual.

A realidade levou o artista Sergio Guillermo Diaz a tomar medidas que estimulassem, também, a sua atividade criativa e, consequentemente, a rentabilidade da mesma. "Hoje em dia, faz sentido para mim pintar sobre a nota de maior valor aqui na Argentina. Uma vez pintada, posso vendê-la por muito mais do que o valor da nota", explicou o artista em entrevista à Reuters.

Nas notas em causa, o artista explica ter já pintado quadros ilustrativos da estrela do futebol Lionel Messi, segurando a taça conquistada no último Campeonato do Mundo de Futebol, ou até imagens satíricas sobre a acentuada depreciação do peso nos últimos anos.

Em causa está uma realidade que arrastou já 40% da população do país para uma situação de pobreza.

Sergio Guillermo Diaz explicou, na mesma entrevista, que o impacto da inflação e da desvalorização da moeda argentina sobre o valor do seu trabalho é, efetivamente, algo que o preocupa.

Numa descrição do seu trabalho, Diaz elucidou que o mesmo "reflete", também, "como a inflação é vivida por todos, como a mesma está a aumentar, o que acaba por afetar-nos a todos. Afeta totalmente as nossas vidas e o nosso poder de compra, a forma como estamos a viver esta crise", concluiu.

Veja, na galeria acima, algumas das obras de arte criadas por Sergio Guillermo Diaz.

Leia Também: Argentina fecha 2022 com 2.ª maior inflação da América Latina

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