Governador garante que cidade de Soledar continua sob controlo ucraniano

A cidade de Soledar, no leste da Ucrânia, ainda está "sob controlo ucraniano", garantiu hoje o governador da região que o grupo paramilitar russo Wagner disse ter conquistado e que é palco de duros combates com a Rússia.

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© Getty Images

Lusa
14/01/2023 13:36 ‧ 14/01/2023 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"Soledar está sob o controlo das autoridades ucranianas, as nossas forças controlam" a cidade, afirmou, acrescentando que esta localidade e a cidade vizinha de Bakhmut são atualmente os pontos "mais quentes" da frente de combates.

Segundo as autoridades ucranianas, apesar dos intensos combates com a Rússia, continuam "presos" na cidade 559 moradores, incluindo 15 menores com idades entre os 7 e os 15 anos.

Em declarações à televisão, citadas pela agência de notícias Unian, o chefe da administração militar regional de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, adiantou que as pessoas que continuam em Soledar têm a alimentação e os artigos de higiene necessários e acrescentou que sete pessoas foram retiradas na sexta-feira da cidade, cuja comunidade territorial conta com 20.000 habitantes.

"Assim que tivermos a oportunidade de chegar lá para retirar [as pessoas restantes], é claro que iremos", garantiu Kyrylenko,.

A Rússia anunciou, há dois dias, que unidades de assalto da empresa militar privada Wagner tinham conquistado Soledar, mas as forças ucranianas têm negado e dito que os intensos combates continuam.

Segundo o porta-voz do Grupo de Força Oriental das Forças Armadas Ucranianas, Serhiy Cherevaty, as tropas russas estão a tentar conquistar Soledar para avançar profundamente na região de Donetsk.

"Embora o inimigo tenha concentrado as suas maiores forças nessa direção, os nossos soldados - as Forças Armadas da Ucrânia, todas as forças de defesa e segurança - estão a proteger o Estado", a região de Donetsk, sublinhou na sexta-feira o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Segundo o porta-voz do Estado-Maior do Exército ucraniano, a cidade foi atingida nas últimas semanas por violentos combates, mas apenas as infraestruturas civis na região de Konstantinovka foram atingidas por mísseis das forças de Moscovo e várias posições militares ucranianas foram visada por bombardeamentos aéreos.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.952 civis mortos e 11.144 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Zelensky elogia tropas e diz que "batalha por Bakhmut e Soledar continua"

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