Segundo um alto funcionário administrativo no distrito de Kaski, citado pela agência Associated Press (AP), as equipas de resgate estão a percorrer o local do acidente, perto do Aeroporto Internacional de Pokhara, e preveem encontrar mais corpos.
Inicialmente foi avançado de que havia 32 mortos a registar, no entanto, a Sky News, que cita um porta-voz da autoridade de aviação do Nepal, refere que foram recuperados pelo menos 40 corpos do local onde caiu a aeronave.
"Esperamos recuperar mais corpos. O avião partiu-se em pedaços", disse ainda o porta-voz do exército, Krishna Bhandari.
De acordo com dados avançados pela Yeti Air lines ao Kathmandu Post, a aeronave transportava 68 passageiros e quatro tripulantes.
O primeiro-ministro do Nepal, Pushpa Kamal Dahal, disse que o avião tinha partido da capital, Katmandu, e operava uma rota doméstica com destino a Pokhara e apelou aos profissionais de segurança e ao público em geral que ajude nos esforços de resgate.
Pokhara, localizada a 200 quilómetros a oeste de Katmandu, é a porta de entrada para o Circuito de Annapurna, um trilho de caminhada popular nos Himalaias.
Imagens e vídeos do local mostram nuvens de fumo no local do acidente, enquanto equipas de resgate e grandes grupos de pessoas se acumulavam em torno dos destroços da aeronave. Soldados nepaleses também estão envolvidos nos esforços de resgate no local do acidente.
Ainda não é claro o que terá causado a queda do avião, sendo que o Nepal tem um histórico irregular de segurança aérea.
No ano passado, 22 pessoas morreram quando um avião caiu numa montanha no Nepal. Em 2018, um avião de passageiros da US-Bangla, do Bangladesh, despenhou-se quando aterrava em Katmandu, matando 49 das 71 pessoas a bordo.
Em 1992, todas as 167 pessoas a bordo de um avião da Pakistan International Airlines morreram perto de Katmandu, no acidente aéreo mais mortífero da história do Nepal.
A indústria aérea do Nepal cresceu nos últimos anos, transportando mercadorias e pessoas para áreas de difícil acesso, bem como caminhantes e alpinistas estrangeiros.
No entanto, o setor tem tido problemas de segurança devido à falta de formação dos pilotos e manutenção dos aviões.
Desde 2013 que a União Europeia proíbe as companhias aéreas do Nepal de aceder ao espaço aéreo europeu, por razões de segurança.
O país dos Himalaias tem ainda algumas das rotas mais isoladas e complexas do mundo, ladeadas por picos cobertos de neve que desafiam mesmo os pilotos experientes.
Pilotos dizem que o Nepal carece também de infraestruturas para fazer previsões meteorológicas precisas, especialmente em áreas remotas com terreno montanhoso acidentado onde o clima muda rapidamente.
Leia Também: Avião cai no Nepal com 72 pessoas a bordo