Polícia italiana dizem que mafioso capturado pode cumprir pena de prisão

O estado de saúde de Matteo Messina Denaro, o chefe da Máfia detido hoje numa clínica de Palermo, permite a aplicação de uma pena de prisão perpétua por homicídio, informaram as autoridades italianas.

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Lusa
16/01/2023 18:27 ‧ 16/01/2023 por Lusa

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Itália

"Ele parece estar bem de saúde. Por isso, não consideramos que a sua condição seja incompatível com a pena de prisão perpétua", disse o procurador assistente de Palermo, Paolo Guido, referindo-se ao chefe da Máfia, conhecido como Diabolik, de 60 anos, que estava foragido há 30 anos e que hoje foi detido.

"Obviamente, terá os cuidados de saúde a que todos os cidadãos têm direito", acrescentou o procurador.

Messina Denaro - que usava um relógio de 35.000 euros quando a polícia antimáfia o deteve - enfrenta várias condenações a prisão perpétua por envolvimento em dezenas de assassínios, incluindo os dos procuradores antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, em 1992, e o de Giuseppe Di Matteo, o filho de 12 anos de um mafioso que se tornou testemunha do Estado e que foi estrangulado e dissolvido em ácido em 1996.

Alegadamente idolatrado pelos membros mais jovens da Máfia, por causa da sua crueldade e carisma de 'playboy', Messina Denaro ganhou reputação de brutalidade ao assassinar um chefe rival de Trapani e por estrangular a sua namorada grávida de três meses.

As autoridades italianas descartaram a possibilidade de a clínica onde Denaro foi detido -- e onde estava a receber um tratamento de quimioterapia -- estar envolvida com a Máfia.

"Neste momento não temos elementos de algum alegado envolvimento ou cumplicidade por parte da clínica. O fugitivo apresentou documentos falsos. Naturalmente, as investigações estão no início", disse o procurador-chefe de Palermo, Maurizio De Lucia.

O comandante dos Carabinieri, Teo Luzi, explicou que para capturar Denaro foi utilizado o método 'Dalla Chiesa', que consiste na recolha de grande quantidade de informações dos diferentes departamentos de polícia, além de intercetações telefónicas e de bancos de dados.

Leia Também: Chefe da máfia detido na Sicília é criminoso "afável, mas sanguinário"

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