"Do lado russo, sublinhou-se a necessidade de desbloquear totalmente e o mais rapidamente possível a circulação no corredor de Lachin, em conformidade com o estabelecido na declaração de três partes de alto nível de 9 de novembro de 2020", indicou o serviço diplomático russo num comunicado.
A entidade diplomática russa precisou que os dois titulares mantiveram hoje uma conversa telefónica na qual "se sublinhou a importância de encontrar soluções aceitáveis por ambas as partes para todo o conjunto de preocupações" entre Baku e Erevan, com o objetivo de retomar a procura de soluções para o conflito.
Um grupo de manifestantes azeris, descritos como ecologistas pela comunicação social do seu país, barraram a 12 de setembro passado o corredor de Lachin, a única via de comunicação terrestre entre a Arménia e Nagorno-Karabakh, reivindicando o acesso a umas minas no território do enclave, que são ilegalmente exploradas, segundo afirmam.
Cerca de 120.000 habitantes de Nagorno-Karabakh sofrem há 37 dias as consequências desse bloqueio, com acentuada escassez de alimentos e medicamentos básicos.
Segundo especialistas citados pela agência de notícias espanhola Efe, a Cruz Vermelha tenta fazer chegar ao território alguma ajuda humanitária, que não é suficiente.
A organização também se encarrega de transportar para a Arménia doentes graves que não podem ser tratados em Nagorno-Karabakh, porque muitas unidades de saúde não estão a funcionar plenamente devido ao bloqueio.
Inicialmente, as exigências dos manifestantes azeris relacionavam-se com problemas ecológicos, mas à medida que o tempo passava começaram a fazer-se ouvir reivindicações políticas.
Os ativistas exigem, em particular, tomar o controlo do corredor de Lachin - que atualmente está a cargo de forças de paz russas destacadas na região após a guerra de Nagorno-Karabakh de 2020.
Os participantes na ação de protesto afirmam também que os arménios de Nagorno-Karabakh "viverão melhor" quando "voltarem a ser cidadãos azeris".
Segundo o International Crisis Group (ICG), o conflito entre a Arménia e o Azerbaijão é o segundo a ter em conta em 2023, depois do da Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro do ano passado.
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