Prigozhin diz que tem "coisas a aprender" com o Exército ucraniano
O responsável do grupo de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin, declarou hoje que as suas tropas tinham "coisas a aprender" com o Exército ucraniano, quando ocorre uma feroz batalha para tomar Bakhmut, cidade no leste da Ucrânia.
© Mikhail Svetlov/Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
"O Exército ucraniano está a trabalhar de forma eficiente, coerente. Temos coisas a aprender com eles. Mas, de qualquer forma, as unidades da Wagner estão a avançar, metro a metro", disse Prigozhin num comunicado publicado pelo seu serviço de imprensa.
Prigozhin garantiu que "a localidade de Artiomovsk [nome dado pelas autoridades russas a Bakhmut] será tomada".
Desde o verão passado, as tropas da Wagner e o Exército russo tentam tomar esta cidade na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, com um interesse estratégico questionável, mas que adquiriu grande peso simbólico com a duração dos combates.
Hoje, Yevgeny Prigozhin também afirmou que as suas unidades haviam tomado o vilarejo de Klichtchiivka, ao sul de Bakhmut, e que "combates ferozes" ainda estavam a acontecer na localidade.
Na semana passada, Wagner anunciou a captura de Soledar, a nordeste de Bakhmut, apresentada por Moscovo como um passo importante para cercar esta última cidade.
Ao mesmo tempo, Prigozhin continua a denunciar regularmente as deficiências do comando do Exército regular russo, que sofreu grandes reveses durante a sua ofensiva na Ucrânia.
Na quarta-feira, ainda citado pela sua assessoria de imprensa, Prigozhin também havia criticado diretamente o Kremlin, explicando porque o serviço Youtube, da gigante norte-americana Google, não foi encerrado na Rússia.
"A principal razão é que hoje a Administração do Presidente [russo, Vladimir Putin] tem um número enorme de pessoas que só pensam em uma coisa "quanto mais rápido a Rússia perder a guerra, mais rápido os norte-americanos virão para nos reconfigurar"", afirmou.
"Porque quando nos ajoelharmos diante do Tio Sam, este nos perdoará todos os nossos pecados: o facto de defendermos os interesses russos, o facto de apoiarmos Putin e o facto de simplesmente vivermos nesta terra", ironizou Prigozhin.
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