"Era uma coluna de quatro canoas motorizadas que virou com a mercadoria. Havia cabras, sacas de milho, ovelhas e também um grande número de passageiros", disse o jornalista e diretor da rádio local Bomoko, Otis Evoloko, que participou nas operações de resgate, citado pela agência de notícias espanhola EFE.
O incidente ocorreu por volta das 02:00 locais (01:00 em Lisboa) entre as cidades de Wenga e Likwelo, que fazem parte do território de Bolomba e à província do Equador. A coluna de canoas, que havia saído da localidade de Basankusu, dirigia-se para Iranga, na fronteira com a República do Congo (Brazzaville).
"Recuperámos 22 cadáveres das águas do rio", acrescentou o jornalista.
O número de vítimas mortais é ainda provisório e pode aumentar nos próximos dias.
Pelo menos 145 pessoas estão desaparecidas, disse o presidente dos grupos da sociedade civil da zona, Jean-Pierre Wangela, que responsabilizou a sobrecarga da embarcação pelo acidente, mas comentou que os locais têm poucas outras opções.
"Não há atualmente outros meios de transporte na nossa província e aqui no território de Basankusu", lamentou, citado pela agência noticiosa Assiociated Press.
Embora não pudesse confirmar o número de mortos, o governador da província do Equador, Bobo Boloko, confirmou o naufrágio à EFE.
"Já enviamos as equipas de resgate para o local e em breve teremos um balanço do número de vítimas", afirmou.
Os naufrágios são comuns na RDCongo, com os rios e lagos a serem usados ??diariamente para transporte de passageiros e carga.
Além disso, as embarcações, muitas vezes precárias, tendem a viajar com excesso de peso e a sinalização é quase inexistente.
Em outubro de 2022, pelo menos 44 pessoas morreram no rio Congo devido a outro naufrágio, também na província do Equador.
Leia Também: Ruanda acusa vizinha RDCongo de sabotar processo de paz