O diplomata eslovaco, acompanhado na visita a Pristina pelo norte-americano Gabriel Escobar e por enviados de França, Alemanha e Itália, reuniu-se com o primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, para abordar a nova proposta europeia para o diálogo, com conteúdo ainda desconhecido.
"Esperamos uma maior compreensão sobre as possibilidades que esta proposta contempla", disse Lajcak após a reunião, apesar de considerar prematuro emitir conclusões e quando a missão "prossegue o seu trabalho", segundo indicou a Radio Free Europe.
O enviado da UE sublinhou que a visita conjunta de cinco diplomatas ocidentais demonstra a grande importância do processo de normalização das relações entre a Sérvia e o Kosovo, uma antiga província da Sérvia que em 2008 declarou a independência unilateral.
Os enviados deslocam-se ainda hoje a Belgrado, para conversações com o Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic.
O objetivo das visitas destina-se a preparar uma nova reunião entre Kurti e Vucic em Bruxelas, na sequência de vários meses de tensões na região.
A diplomacia norte-americana e da UE pretende fornecer um novo impulso ao diálogo através de uma nova proposta que Bruxelas está a concluir por iniciativa da França e Alemanha.
Desde 2011 que o Kosovo e a Sérvia estabelecem um difícil diálogo de normalização sob mediação da UE e assinalado por frequentes crises e tensões, com posições opostas sobre o estatuto do território.
A Sérvia e o Kosovo pretendem garantir a adesão à UE, e a normalização das suas relações constitui uma condição prévia.
Belgrado nunca reconheceu a secessão unilateral do Kosovo, proclamada na sequência de uma guerra iniciada com uma rebelião armada albanesa em 1997 que provocou 13.000 mortos, na maioria albaneses, e motivou uma intervenção militar da NATO contra a Sérvia em 1999, à revelia da ONU.
Desde então, a região tem registado conflitos esporádicos entre as duas principais comunidades locais, num país com um terço da superfície do Alentejo e cerca de 1,7 milhões de habitantes, na larga maioria de etnia albanesa e religião muçulmana.
O Kosovo independente foi reconhecido por cerca de 100 países, incluindo os Estados Unidos, que mantêm forte influência sobre a liderança kosovar, e a maioria dos Estados-membros da UE, à exceção da Espanha, Roménia, Grécia, Eslováquia e Chipre.
A Sérvia continua a considerar o Kosovo como parte integrante do seu território e Belgrado beneficia do apoio da Rússia e da China, que à semelhança de dezenas de outros países (incluindo Índia, Brasil, África do Sul ou Indonésia) também não reconheceram a independência do Kosovo.
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