O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, considerou, este sábado, que é possível garantir a segurança alimentar e combater a fome, deixando um apelo aos outros países.
"É possível vencer a fome? Sim. É possível garantir a segurança alimentar? Sim. É possível estabilizar os preços dos alimentos no mercado mundial? É sim. Mas, para isso, precisamos de punir os agressores e ajudar os países à beira da fome. Isso é exatamente o que a Ucrânia está a fazer. Isso é exatamente o que os nossos parceiros estão a fazer."
Desde uma conferência organizada pelo ministério da Agricultura da Alemanha, Zelensky pediu que os seus membros se juntem à iniciativa humanitária 'Grain from Ukraine' iniciada na Ucrânia.
“Expresso a minha gratidão a todos aqueles que estão a implementar a iniciativa 'Grain from Ukraine' connosco. Senhoras e senhores, apelo a todos para que adotem essa abordagem para a segurança alimentar global, com base na moralidade e na necessidade de proteger o direito de todo ser humano à alimentação e à água!” acrescentou Zelensky, citado pela agência de notícias ucraniana Ukrinform.
O presidente da Ucrânia considerou que “devido à agressão russa e às ações para bloquear as exportações de alimentos, os embarques foram reduzidos para metade". "Se contarmos tudo isso não em toneladas, mas em vidas humanas, serão pelo menos duzentos milhões de pessoas em diferentes países de três continentes – África, Ásia e Europa – que agora têm acesso reduzido a alimentos”, continuou Zelensky.
O presidente ucraniano acusou a situação de mais de 100 navios com alimentos que estão alinhados perto do Bósforo, aguardando inspeção russa. “Porque precisam ser inspecionados e os representantes russos estão a bloquear essa inspeção. Os navios ficam detidos durante semanas. Isso significa preços mais altos para a Europa. Para a Ásia, significa uma ameaça crescente de instabilidade social. Na África, para países como Etiópia ou Sudão, isso significa mesas vazias para milhares e milhares de famílias...” constatou Zelensky.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Gerou, até agora, a fuga de, pelo menos, 14 milhões de pessoas, bem como a morte de, pelo menos, 7.031 civis e mais 11.327 civis feridos.
Leia Também: Rússia realizou exercícios de defesa aérea na região de Moscovo