Professor despedido por transfobia arrisca multa ao voltar à escola
Enoch Burke foi afastado da Wilson's Hospital School, mas tentou entrar mais do que uma vez no estabelecimento, mesmo depois de ter sido detido.
© Getty Images
Mundo República da Irlanda
Um professor na República da Irlanda insiste em voltar à escola onde lecionava, apesar de ter sido despedido da mesma e de estar proibido de voltar ao local, arriscando uma multa pesada por cada dia de incumprimento. Em causa estão vários comportamentos considerados inadequados pelo estabelecimento de ensino e pela justiça.
Entre os incidentes está uma série de confrontos com o diretor da Wilson's Hospital School, uma escola gerida pela Igreja, quando este pediu ao docente, Enoch Burke, que tratasse um estudante transgénero pelo seu nome e por pronomes neutros (que, em inglês, assumem a forma do plural 'they/them').
Segundo explica o tabloide Mirror, as questões de comportamento com o professor (publicamente evangélico) chegaram ao ponto de este ser suspenso, tendo sido instaurado um processo disciplinar. Mas Burke continuou a ir à escola e, por consequência, a justiça irlandesa sentenciou o docente a 108 dias de prisão por incumprimento da ordem do tribunal que o impedia de voltar à escola enquanto estivesse suspenso.
Quando foi libertado, o tribunal avisou que seria multado em 700 euros por cada dia que recusasse cumprir com a ordem de se afastar da escola secundária.
No dia 20 de janeiro, uma sexta-feira, a escola despediu em definitivo o homem, depois da conclusão do inquérito. No entanto, na segunda-feira e terça-feira seguintes, Burke tentou entrar na escola e foi impedido de o fazer pelo staff da escola.
A polícia irlandesa deteve o homem e, depois de algumas horas, libertou-o. Burke voltou imediatamente à escola e foi visto a andar à volta do perímetro do estabelecimento.
No dia seguinte, dia 25 de janeiro, o pai do professor conduziu-o até à Wilson's Hospital School, uma das escolas mais antigas da República da Irlanda. Enoch Burke aproximou-se do portão, foi impedido de entrar novamente e afastou-se em direção a um edifício nas imediações, tendo sido fotografado a tomar notas à chuva.
A multa de 700 dólares por dia não parece intimidar o docente que, diz a família, sente-se injustiçado e alega estar a ser impedido de trabalhar. Numa audiência, um membro da sua família acrescentou ainda que este foi "injustamente" detido por invasão de propriedade.
A família também defendeu a posição de Enoch Burke de chamar o estudante pelo seu nome civil (para pessoas transgénero, essa identificação com o chamado 'nome-morto' é considerada ofensivo por ser uma identificação que não reflete a sua verdadeira identidade pessoal e de género).
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