Altos funcionários da Ucrânia proibidos de gozarem férias no estrangeiro

O governo da Ucrânia proibiu altos funcionários e todos os membros eleitos, incluindo mulheres, de fazerem férias no estrangeiro, face a recentes escândalos envolvendo figuras relevantes da liderança daquele país, alvo de uma ofensiva militar russa, foi hoje divulgado.

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© Presidência da Ucrânia

Lusa
30/01/2023 19:46 ‧ 30/01/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

A resolução do Governo ucraniano foi aprovada na sexta-feira e "já entrou em vigor", disse hoje à agência France-Presse (AFP) o porta-voz da guarda de fronteira ucraniana, Andriy Demchenko, acrescentando que as pessoas afetadas pela decisão "só podem sair como parte de uma missão".

Logo após o início da invasão russa lançada em fevereiro de 2022, a Ucrânia proibiu homens em idade militar (18-60 anos) de saírem do país, com raras exceções que exigem a permissão de funcionários públicos superiores.

Com esta nova resolução, os altos funcionários só poderão sair de férias para o exterior para visitar os filhos, em caso de tratamento médico ou morte de um familiar, detalhou Andriy Demtchenko.

A proibição também abrange funcionárias públicas de alto escalão, bem como deputados e eleitos locais, de acordo com este documento publicado no 'site' oficial do Governo.

Numa mensagem publicada na rede social Facebook, a deputada Iryna Gerashchenko considerou que se trata de uma "decisão populista", vendo nela "sinais de discriminação contra milhares de mulheres ucranianas e seus filhos", envolvendo 15.000 mulheres eleitas localmente.

"O Governo primeiro disse a toda a gente que podia passar o inverno com os filhos e agora está a proibir de sair", lamentou.

"Nas condições de guerra, é importante preservar a saúde psicológica das mulheres e dos seus filhos", argumentou.

A resolução do Governo foi aprovada após notícias de que um assistente do procurador-geral tinha partido recentemente de férias para um 'resort' espanhol em Marbella.

Oleksiy Symonenko foi afastado do seu cargo em 25 de janeiro, como parte de uma série de demissões anunciadas pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no seguimento de um caso de corrupção envolvendo abastecimentos ao exército.

Um membro do partido que apoia o Governo, Mykola Tychchenko, também foi afastado em 26 de janeiro do seu grupo parlamentar após uma viagem à Tailândia.

A imprensa local também apontou o caso da ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko, noticiando que passou férias numa estância de luxo nos Emirados Árabes Unidos.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.110 civis mortos e 11.547 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Itália poderá enviar sistema de defesa aérea para a Ucrânia

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