Ucrânia tem "plano ambicioso" para aderir à UE nos próximos dois anos

A Ucrânia tem o "plano ambicioso" de finalizar a adesão à União Europeia (UE) dentro de dois anos, adiantou hoje o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, ao portal de notícias Politico, na véspera da cimeira UE-Ucrânia em Kyiv.

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© Yuliia Ovsyannikova/ Ukrinform/Future Publishing via Getty Images

Lusa
30/01/2023 21:40 ‧ 30/01/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

A próxima cimeira UE-Ucrânia em Kyiv, que decorre esta sexta-feira, será a primeira a ter lugar em solo ucraniano na história da relação da Ucrânia com o organismo europeu.

"Temos um plano muito ambicioso para ingressar na União Europeia nos próximos dois anos. Portanto, esperamos que este ano, em 2023, já possamos ter essa fase de pré-entrada das negociações", referiu Shmyhal ao Politico.

Nesta altura, ninguém na UE acredita que um cronograma apertado de dois anos para concluir a adesão da Ucrânia seja realista, destacou este portal de notícias.

No ano passado, o Presidente da França, Emmanuel Macron, sublinhou que "pode levar décadas" até que a Ucrânia tenha uma hipótese real de ingressar na UE.

Por outro lado, muitos argumentam que a UE tem uma responsabilidade particular para com Kyiv, já que o povo ucraniano pagou e continua a pagar um alto preço pelas suas aspirações ligadas ao Ocidente.

De resto, o descontentamento da sociedade ucraniana com a decisão do então Presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, de abandonar um acordo de associação política e económica com a UE devido à imensa pressão do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, desencadeou a 'Revolta de Maidan' em 2014, a vaga de protestos contra o governo pró-russo, e preparou o cenário para a invasão russa da Ucrânia, sublinha ainda o Politico.

"A Ucrânia é o único país onde as pessoas foram baleadas porque se envolveram numa bandeira europeia", vincou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, antes de apoiar a causa ucraniana para a adesão.

Os aliados próximos da Ucrânia na UE, como a Polónia, Lituânia, Estónia e Letónia, apoiam fortemente a adesão da Ucrânia à UE num futuro próximo, frisou também o Politico.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.110 civis mortos e 11.547 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Altos funcionários da Ucrânia proibidos de gozarem férias no estrangeiro

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