A justiça russa condenou um homem a 12 anos de prisão, por ter tentado incendiar um escritório na Sibéria destinada à mobilização de homens russos para a guerra na Ucrânia.
O tribunal de Ecaterimburgo, a quarta maior cidade da Rússia, designou o crime como um ato de terrorismo, sendo esta a primeira vez que a terminologia é usada para descrever uma tentativa de incendiar um escritório no país.
Em maio do ano passado, Vladislav Borisenko e outro homem, Vasily Gavrilishen, atiraram 'cocktails molotov' para um escritório na Sibéria, na cidade de Nizhnevartovsk. O local era usado para inscrever e mobilizar jovens russos para combater na Ucrânia.
Tanto Borisenko como Gavrilishen admitiram a sua parte no crime, mas acrescentaram ao tribunal que o seu ato foi motivado por uma promessa de pagamento por uma terceira parte, omitindo quaisquer convicções políticas em relação ao regime de Moscovo.
Segundo conta a agência estatal russa TASS, citada pelo órgão russo independente Meduza, o acusado, Vladislav Borisenko, será colocado numa prisão durante parte da sua sentença.
Depois, será prisioneiro numa colónia de alta segurança - um tipo de estabelecimento que, como explica o New York Times, são os descendentes dos 'gulags' soviéticos, funcionando como um campo de trabalho forçados onde a tortura é uma prática comum e que tem vindo a ser denunciada por organizações de direitos humanos.
O incidente em Nizhnevartovsk não foi o único na Sibéria em infraestruturas do exército.
Em setembro, depois de Vladimir Putin anunciar uma 'mobilização militar parcial' de reservistas russos, vários civis protestaram contra o destacamento de pessoas sem experiência militar. Apesar da grande maioria dos protestos ter sido oprimida pelas autoridades russas, na Sibéria, um tiroteio num centro de recrutamento acabou por deixar um responsável russo em estado crítico.
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