O presidente Volodymyr Zelensky recorreu ao seu discurso noturno habitual para falar sobre os 'assuntos do dia' na Ucrânia, começando por referir que o governo ucraniano está a finalizar os preparativos para a cimeira Ucrânia-União Europeia, agendada para sexta-feira, em Kyiv.
"Em geral, a semana deve ser cheia de integração europeia. Aguardamos notícias para a Ucrânia. Aguardamos as decisões dos nossos parceiros da União Europeia, que corresponderão ao nível de interação alcançado entre as nossas instituições e a UE e aos nossos progressos. Progresso, que obviamente existe - mesmo apesar da guerra em grande escala", disse Zelensky, esta terça-feira.
Tal como tem vindo a acontecer há quase um ano, o líder ucraniano reforçou os planos das tropas de Kyiv para que "a Rússia não apenas falhe em vencer no campo de batalha, mas que o ocupante perca a sua última esperança de agressão nas suas tentativas de retaliação".
"A derrota da Rússia tornará inevitável uma paz confiável e duradoura", afirmou ainda.
Zelensky referiu as conversas telefónicas com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, e o primeiro-ministro belga, Alexander de Croo, sobre a "cooperação em defesa, as questões das sanções e isolamento internacional da Rússia".
Para terminar, o presidente da Ucrânia deixou um aviso sobre uma "certa calmaria de pessoal", referindo-se às demissões do governo da semana passada.
"Isso não significa que todas as providências necessárias já foram tomadas. Haverá soluções. Aqueles que não atendem aos requisitos básicos do estado e da sociedade não devem ocupar os seus lugares", concluiu Zelensky.
Recorde-se que a ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.110 civis mortos e 11.547 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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