UE em Kyiv entre gestão de expectativas e mensagem clara a Moscovo

A adesão da Ucrânia à União Europeia (UE) alimenta discórdia entre os Estados-membros, mas na cimeira bilateral desta semana a Comissão quer alicerçar o compromisso com a integração e mostrar apoio inequívoco perante a Rússia, segundo fonte europeia.

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Lusa
01/02/2023 16:58 ‧ 01/02/2023 por Lusa

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Ucrânia

A ambição da Ucrânia é clara: aderir ao bloco comunitário até 2026. Ainda que, do lado da UE, a integração não esteja em causa, o prazo certamente será outro, segundo reforçou hoje fonte europeia durante uma antecipação da cimeira de sexta-feira em Kyiv, capital do país que foi invadido pela Rússia há quase um ano.

O primeiro-ministro português, António Costa, é um dos líderes europeus mais céticos em relação à adesão célere da Ucrânia. Costa referiu-o várias vezes e no final de novembro do ano passado insistiu que "não há condições institucionais" para "cumprir as expectativas" de Kyiv, em detrimento das de outros países que estão há mais anos 'na calha', por exemplo, a Turquia.

Os 27 querem fazer a gestão das expectativas, mas também apaziguar quaisquer dúvidas que persistam por parte de Kyiv, pelo que são expectáveis anúncios sobre o já existente acordo de associação e livre comércio, avanços suplementares na aproximação da Ucrânia ao Mercado Interno da UE e a inclusão no espaço livre de 'roaming' de que beneficiam os Estados-membros.

Em simultâneo, a União Europeia quer apontar o que ainda está por concretizar, nomeadamente o alinhamento da legislação ucraniana com o direito comunitário.

Bruxelas tem insistido com Kyiv sobre a necessidade de reformar áreas específicas, por exemplo a luta contra a corrupção. Na última semana, pelo menos dez governantes renunciaram no âmbito de uma campanha anticorrupção, entre eles Kyrylo Tymoshenko, vice-chefe do Gabinete do Presidente da Ucrânia, e o vice-ministro da Defesa, Vyacheslav Shapovalov.

Perante a intensificação da ofensiva russa nas últimas semanas -- com ataques frequentes de mísseis e 'drones' contra infraestruturas civis -- a cimeira de sexta-feira não vai contar com a participação dos líderes dos Estados-membros.

A representação da UE vai ser feita pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e pelo alto-representante para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell.

É previsível que Volodymyr Zelensky aproveite a quarta deslocação de von der Leyen à Ucrânia para insistir no reforço do apoio ao país, em específico armamento pesado.

Face à pressão dos Estados Unidos e de vários Estados-membros da UE, a Alemanha concordou com o envio de tanques Leopard 2 (de fabrico alemão), mas Kiev reivindica agora caças para melhor combater as investidas da Federação Russa.

Em cima da mesa poderá estar também a criação de uma instância em Haia (Países Baixos) para recolher provas de alegados crimes de guerra por parte da Rússia que possam ser utilizados em futuros julgamentos.

Von der Leyen viaja durante o dia de hoje para Kyiv com vários comissários. Na quinta-feira estão previstas reuniões entre o colégio e o Governo ucraniano.

Contudo, por razões de segurança não foi divulgado o programa detalhado, assim como os comissários que participarão nos contactos.

Leia Também: AO MINUTO: Russos acusam ataque a oleoduto; Corrupção na Ucrânia?

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