Boris diz que é altura de "esquecer Putin" e enviar caças à Ucrânia

O número 10 de Downing Street demarcou-se das declarações de Boris Johnson e defendeu que a visita do ex-governante a Washington "não foi em nome do governo do Reino Unido".

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© Stefan Wermuth/Bloomberg via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
01/02/2023 21:20 ‧ 01/02/2023 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Guerra na Ucrânia

O ex-primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, apelou, na terça-feira, ao Ocidente para enviar aviões de combate à Ucrânia. O apelo, feito durante uma visita a Washington D.C., nos Estados Unidos da América (EUA), surgiu horas após o atual governante britânico, Rishi Sunak, ter afirmado que “não é prático” entregar aviões de caça à Ucrânia para se defender da invasão russa.

Em entrevista à Fox News, após uma visita ao Capitólio, Boris afirmou que o Ocidente deve “dar aos ucranianos o que eles precisam o mais rapidamente possível” e rejeitou a ideia de que o envio de mais ajuda militar poderá desencadear um conflito nuclear, algo que o presidente russo, Vladimir Putin, já ameaçou. “Isso é o que ele quer que nós pensemos”, atirou.

“Sempre que dissemos que seria um erro enviar tal tipo de armamento, acabamos por o fazer e acaba por ser a coisa certa para a Ucrânia”, considerou. 

E exemplificou: “Lembro-me que me disseram que era má ideia dar-lhes mísseis antitanque. Na verdade, [os mísseis] foram indispensáveis nas batalhas para repelir os ataques russos”.

“As pessoas disseram que não deveríamos dar-lhes Himars. Na verdade, eles provaram ser inestimáveis para os ucranianos. Dissemos o mesmo sobre os tanques”, acrescentou.

O ex-governante britânico frisou ainda que é altura de “esquecer Putin” e pensar na “estabilidade económica, na paz e na prosperidade a longo prazo”.

Em declarações à Sky News, o número 10 de Downing Street demarcou-se das declarações de Boris Johnson e defendeu que a visita do ex-governante a Washington “não foi em nome do governo do Reino Unido”

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que mais de sete mil civis morreram e cerca de 12 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.

Leia Também: Moscovo considera declarações de Macron "absurdas" e adverte Israel

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