"Aqui está uma família que perdeu o seu filho e o irmão após um ato de violência" perpetrado pelos "responsáveis por protegê-los", sublinhou Kamala Harris durante o funeral do jovem afro-americano e em frente aos familiares numa igreja em Memphis, no Estado de Tennessee.
Depois de abraçar durante muito tempo a mãe de Tyre Nichols, Kamala Harris teve palavras duras para os polícias que o espancaram enquanto gritava que não tinha feito nada e pedia ajuda.
"Este ato violento não teve a intenção de garantir a segurança pública", acrescentou a vice-presidente dos EUA.
Também na homenagem ao jovem afro-americano, o reverendo J. Lawrence Turner sublinhou que Tyre Nichols era "uma boa pessoa, uma bela alma, um filho, um pai, um irmão, um amigo, um ser humano que se foi cedo demais".
Um irmão de George Floyd, o afro-americano que morreu asfixiado sob escolta policial em 2020 nos EUA, que se tornou um símbolo em grandes manifestações antirracismo, marcou presença, assim como a mãe de Breonna Taylor.
Esta afro-americana, de 26 anos, foi morta a tiro pela polícia no seu apartamento no Kentucky em 2020 e também se tornou um ícone do movimento "Black Lives Matter".
O reverendo Al Sharpton, uma figura na luta pelos direitos civis, também esteve presente e realizou oração fúnebre.
Kamala Harris foi convidada para o funeral pela própria mãe de Tyre Nichols, RowVaughn Wells, e pelo padrasto Rodney Wells.
Sinal da atenção dada pela Casa Branca a este caso, o próprio presidente Joe Biden falou na semana passada com os pais de Tyre Nichols para saudar "a sua coragem e força", poucas horas antes da publicação do vídeo que mostrou a atuação da polícia.
Os pais de Tyre Nichols também aceitaram um convite dirigido pelo grupo que representa a comunidade afro-americana no Congresso norte-americano para estarem presentes no discurso do presidente Joe Biden sobre o Estado da União na próxima semana, dia 07 de fevereiro, segundo o líder do agrupamento, citado pelo jornal The New York Times.
As duras imagens da detenção e espancamento do jovem pelos agentes foram transmitidas, sem cortes, pelos maiores canais do país, suscitando às autoridades o receio de uma contestação social.
O procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, afirmou que a morte do afro-americano Tyre Nichols, de 29 anos, cometida por cinco polícias, também eles afro-americanos, em Memphis, no Estado do Tennessee, vai ser investigada.
Os cinco ex-agentes estão sob custódia e enfrentam várias acusações criminais por espancar Nichols até à morte, após ter sido preso em 7 de janeiro por uma alegada infração de trânsito.
Leia Também: Funeral de Tyre Nichols realiza-se esta quarta-feira