A garantia de José Manuel Albares foi dada em Luanda, antes da inauguração de uma exposição do pintor espanhol Joan Miró, no âmbito da visita dos reis de Espanha a Angola.
O chefe da diplomacia espanhola assinalou que esta visita de Estado demonstra a aposta de Espanha em África, recaindo a escolha sobre Angola "um país amigo, parceiro estratégico de Espanha há muitas décadas", e com quem o país ibérico necessita reforçar e renovar os laços.
"África não é a mesma de há 30 anos, Angola não é a mesma de há 30 anos, Espanha tão pouco e por isso fazemos uma aposta no reforço do diálogo político com Angola e com África, bem como no seu desenvolvimento económico que, aqui em Angola, supõe uma aposta na entrada do setor privado", disse o ministro.
Albares realçou que além do foco empresarial, a visita dos reis Felipe Vi e Letizia tem também um âmbito cultural e educativo, com a inauguração de uma exposição dedicada a Miró "para que também em Angola se conheça a cultura espanhola", bem como uma apresentação da Universidade Internacional do Cuanza, virada para a iberofonia, ou seja os falantes de português e espanhol.
O titular da área dos Negócios Estrangeiros, União Europeia e Cooperação reafirmou que África vai ser um dos temas da presidência espanhola da UE, que vai ficar "marcada pelo cumprimento dos compromissos que a Europa assumiu com África".
"África é o continente do futuro, são os nossos vizinhos, para Espanha muito mais, mas também para a Europa", salientou José Manuel Albares, considerando que não é possível fazer face aos fenómenos globais sem aposta no desenvolvimento, segurança e estabilidade, aludindo em particular aos fluxos migratórias irregulares, devendo europeus e africanos trabalhar em conjunto.
O governante espanhol lembrou ainda que Angola "foi um fornecedor fiável para Espanha de hidrocarbonetos e que vai continuar a sê-lo", sendo também um país ao lado de quem Espanha esteve nos anos 1980 e que está também neste momento a oferecer os seus bons ofícios na região dos Grandes Lagos e que foi pacificador em África.
"É um eixo estratégico de primeira ordem que assinalamos com esta visita, a primeira de um rei à África subsaariana", rematou.
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