Dirigindo-se às duas câmaras do Congresso (Senado e Câmara de Representantes), reunidas no mesmo hemiciclo, o chefe de Estado declarou na terça-feira que os Estados Unidos da América (EUA) deram um exemplo de liderança, ao "unir a NATO" e ao "construir uma coligação global" pela Ucrânia.
"A invasão de [o presidente russo] Vladimir Putin tem sido um teste para os tempos. Um teste para a América. Um teste para o mundo", avaliou o chefe de Estado.
Biden aproveitou a presença no evento da embaixadora da Ucrânia em Washington, Oksana Markarova, para lhe dar diretamente garantias da continuidade de apoio, para que Kiev se possa continuar a defender da agressão russa.
"A embaixadora representa não apenas a sua nação, mas a coragem do seu povo. Embaixadora, a América está unida no apoio ao seu país. Estaremos consigo o tempo que for preciso. A nossa nação está a trabalhar por mais liberdade, mais dignidade e mais paz, não apenas na Europa, mas em todos os lugares", assegurou.
No seu discurso do Estado da União, em que definiu as prioridades para o próximo ano e pediu a colaboração dos congressistas, Biden incluiu ainda a relação com a China, frisando que procura "competição, não conflito".
Contudo, deixou claro que agirá prontamente caso "a China ameaçar a soberania dos EUA".
"Mas não se enganem: como deixámos claro na semana passada, se a China ameaçar a nossa soberania, agiremos para proteger o nosso país. E nós fizemos isso", disse Biden, referindo-se ao abate de um balão chinês que sobrevoou o território norte-americano na semana passada.
As relações já complicadas entre os Estados Unidos e a China ficaram consideravelmente mais tensas nos últimos dias, após a descoberta deste balão chinês, alegadamente para fins de espionagem.
Antes de assumir o cargo presidencial, cresciam os rumores de que "a China estaria a aumentar o seu poder e a América estava a cair", mas "não mais", sublinhou o líder norte-americano.
Biden defendeu ainda a continuação do investimento, juntamente com os aliados dos EUA, na proteção de tecnologias avançadas e evitar que sejam usadas contra o país, e na modernização das forças armadas para salvaguardar a estabilidade e prevenir agressões.
"Não vou desculpar-me por estarmos a investir para fortalecer a América", advogou.
"Hoje estamos na posição mais forte em décadas para competir com a China ou qualquer outro país do mundo. Estou empenhado em trabalhar com a China onde for possível para promover os interesses norte-americanos e beneficiar o mundo", acrescentou.
O Democrata declarou ainda que, nos últimos dois anos, as democracias tornaram-se mais fortes e as autocracias mais fracas, dando destaque às parcerias que se estão a formar entre várias geografias.
"Mas aqueles que apostam contra a América estão a aprender o quão errados estão. Nunca é uma boa aposta apostar contra a América", avaliou.
Numa defesa da produção e manufatura norte-americanas, Joe Biden anunciou novos padrões para exigir que todos os materiais de construção usados em projetos federais de infraestrutura sejam feitos nos EUA: "madeira de fabricação norte-americana, vidro, placas de gesso, cabos de fibra ótica", detalhou.
"E sob a minha supervisão, estradas, pontes e estradas norte-americanas serão feitas com produtos norte-americanos", adicionou.
Acusado recorrentemente de "protecionismo" por líderes europeus, o presidente norte-americano quer garantir que "a cadeia de abastecimento para a América comece na América".
"Nos arredores de Columbus, no Ohio, a Intel está a construir fábricas de semicondutores. Isso criará 10 mil empregos: sete mil na construção e três mil empregos quando as fábricas forem concluídas. Empregos que pagam 130 mil dólares [121.000 euros] por ano e muitos não exigem diploma universitário. Empregos onde as pessoas não precisam de sair de casa em busca de oportunidade. E está apenas a começar", disse em tom energético.
Este foi o segundo Estado da União de Joe Biden e a primeira vez que se dirigiu ao Congresso desde que os Republicanos conquistaram o controlo da Câmara dos Representantes, a câmara baixa do parlamento dos Estados Unidos, nas intercalares do ano passado.
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