Os sobreviventes incluíam seis familiares que se juntaram numa pequena bolsa entre os escombros, conseguindo sobreviver em condições extremas.
Zonas inteiras dos subúrbios foram arrasadas pelo sismo de magnitude 7,8 que já vitimou mais pessoas que o terramoto e o tsunami de Fukushima, no Japão, e quando muitos corpos estão ainda por recuperar.
Na Turquia têm surgido diversas críticas à lentidão das autoridades na resposta ao desastre, uma perceção que poderá ser prejudicial para o Presidente Recep Tayyip Erdogan, que em maio tenta uma nova reeleição em eleições gerais.
Na Síria, a guerra civil que se prolonga desde 2011 está a dificultar as operações de ajuda. A ONU disse que a primeira caravana de ajuda humanitária atravessou hoje a fronteira da Turquia em direção ao noroeste da Síria, um dia após a chegada de uma remessa que estava prevista antes da ocorrência do sismo.
Os camiões conseguiram percorrer uma estrada que esteve obstruída durante dias pelos escombros.
O Presidente sírio Bashar al Assad e sua mulher Asmaa visitaram os sobreviventes no Hospital universitário de Aleppo, na sua primeira aparição pública nas áreas afetadas desde a ocorrência da tragédia, indicaram os 'media' estatais. De seguida, encontrou-se com membros das equipas de resgate numa das zonas mais devastadas da cidade.
Aleppo foi palco de pesados bombardeamentos durante anos, na maioria efetuados pelas forças de Assad e pela sua aliada Rússia, e foi das cidades mais devastadas pelo terramoto.
Ainda hoje, o ilegalizado Partidos dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, a guerrilha curda da Turquia) anunciou ter declarado um cessar-fogo.
No entanto, o conflito da Turquia com militantes curdos na Síria, com ligações ao PKK, também complicou a entrega de ajuda na região. Na quinta-feira, responsáveis oficiais curdos na Síria indicaram que os rebeldes sírios apoiados pela Turquia bloquearam uma coluna de ajuda humanitária destinada às vítimas do sismo.
A agência turca sobre a gestão de desastres indicou que está confirmada a morte de cerca de 19.400 pessoas no território da Turquia, para além de 77.000 feridos.
Na Síria, estão confirmadas mais de 3.300 vítimas mortais, elevando o número total de mortos para mais de 22.000.
De acordo com um responsável da oposição na Síria, os corpos de 700 sírios que morreram na Turquia estão a ser repatriados desde segunda-feira para serem enterrados no seu país.
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