Biya deve celebrar o aniversário com os seus entes queridos e em privacidade, em Mvomeka'a, a cidade do sul onde nasceu a 13 de fevereiro de 1933 e para onde viajou no domingo passado, de acordo com os meios de comunicação locais.
Na capital do país, Yaoundé, foi hoje realizada uma cerimónia pública no palácio desportivo da cidade para celebrar o aniversário, com a presença de membros do Governo.
Houve também manifestações de júbilo noutras partes do país, como em Bafoussam, capital da região oeste, onde centenas de motociclistas saíram à rua para celebrar o aniversário, a convite das autoridades.
Após sete anos como primeiro-ministro, o líder camaronês tornou-se chefe de Estado em 1982, substituindo o primeiro presidente do país, Ahmadou Ahidjo, que se demitiu.
O "Homem Leão", como Biya é carinhosamente referido pelos seus admiradores, aceitou com relutância o estabelecimento de uma democracia multipartidária, no início dos anos 90.
Desde então, ganhou eleições - mais recentemente em 2018, o que lhe proporcionaram o seu sétimo mandato de sete anos - embora a oposição tenha considerado esses votos fraudulentos.
Os mandatos da Biya foram também marcados por acusações de corrupção e repressão, por parte da oposição e organizações de direitos humanos.
Os Camarões tiveram apenas dois chefes de Estado desde a independência da França e do Reino Unido, em 1960, e Biya é o único presidente que a maioria dos camaroneses conheceu até à data.
Embora o governante se tenha tornado o chefe de Estado mais antigo em setembro passado, após a morte da rainha Isabel II, ainda não é o presidente mais antigo em funções no mundo.
Este feito vai para outro líder africano veterano, o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, de 80 anos, que governa com punho de ferro desde 1979, quando derrubou o seu tio Francisco Macias num golpe de Estado.
Biya completou quatro décadas como presidente em novembro passado, quando o país se debate com conflitos separatistas nas regiões anglófonas do noroeste e sudoeste, onde grupos rebeldes e o exército se confrontam.
Segundo o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), mais de 600.000 pessoas foram deslocadas nestas regiões ou abandonaram-nas devido ao conflito, que provocou mais de 6.000 mortes, segundo a organização Human Rights Watch.
Esta violência foi agravada pelos ataques do grupo terrorista nigeriano Boko Haram que, especialmente desde 2020, tem levado a cabo ataques na região do extremo norte dos Camarões.
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