Governo colombiano e guerrilha do ELN em busca de um cessar-fogo
O governo colombiano e o Exército de Libertação Nacional (ELN), a última guerrilha ainda ativa no país, iniciaram hoje no México uma segunda sessão de negociações para tentar obter um cessar-fogo.
© ALFREDO ESTRELLA/AFP via Getty Images
Mundo Colômbia
O cessar-fogo não deve apenas consistir "numa diminuição da confrontação armada" mas também "e essencialmente numa diminuição das hostilidades contra a população civil" e "de atividades ilegais geradoras de danos e violência", declarou Otty Patino, um dos representantes do Governo colombiano.
As discussões foram retomadas "com a determinação de obter uma paz integral e durável" que implique "um cessar-fogo bilateral e nacional", indicou por sua vez Pablo Beltran, que lidera a delegação do ELN.
No entanto, o encontro na Cidade do México não pretende "decretar uma desmobilização automática dos rebeldes", precisou.
Diversos países ofereceram-se como garantes (Chile, Venezuela, Noruega e México) "e mais recentemente o Brasil", segundo o comunicado do Governo colombiano divulgado no domingo.
Diversos países europeus "acompanham" o diálogo (Suécia, Alemanha, Suíça, Espanha), à semelhança do secretário-geral das Nações Unidas e a conferência episcopal, indicou a mesma fonte.
As negociações entre o Governo e a última grande guerrilha colombiana foram retomadas em novembro em Caracas, após mais quatro anos de suspensão.
A primeira ronda terminou no final de dezembro com o anúncio da libertação de reféns e ações humanitárias, mas sem acordo de cessar-fogo.
A violência e as tensões esfriaram os contactos entre as duas partes após o início do ano.
Nove alegados membros do ELN foram mortos no decurso de uma ofensiva do Exército colombiano, indicou a liderança militar em comunicado.
No início deste ano, o Presidente Gustavo Petro anunciou um cessar-fogo de seis meses com cinco grupos armados e 'gangues' de narcotraficantes, incluindo o ELN.
Três dias depois, o ELN desmentiu qualquer acordo com o Governo, que suspendeu o cessar-fogo três dias mais tarde.
O ELN é a última grande guerrilha ainda ativa na Colômbia após a assinatura pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) de um acordo de paz em 2016.
O ELN foi fundado em 1964 por sindicalistas e estudantes simpatizantes de Ernesto "Che" Guevara, um dos líderes da revolução cubana, e ativistas da teologia da libertação, como o padre Camilo Torres, morto em combate em 1966.
A guerrilha reivindica 3.500 combatentes e uma vasta rede de colaboradores, segundo organizações independentes, está ativa em pelo menos 22 dos 32 departamentos da Colômbia, com algumas das suas fações suspeitas de lucrarem com o tráfico de droga e a exploração mineira ilegal.
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