Centenas de leões-marinhos mortos ou a agonizar arrojaram, desde janeiro até agora, nas praias do Peru. De acordo com os investigadores, os animais carnívoros, que podem chegar a pesar 350 kg, sofrem convulsões e acabam por morrer afogados.
Até agora, isto nunca tinha acontecido na região, o que levou uma equipa científica a estudar o caso e a concluir que o culpado é o vírus da gripe das aves, o H5N1, que passou das aves marinhas para esses mamíferos selvagens.
Perante tantas mortes, os cientistas peruanos e argentinos temem que este vírus tenha 'aprendido' a passar de mamífero para mamífero, tal como, relembra o El País, aparentemente aconteceu numa quinta de martas (visons) espanhola.
De acordo com o estudo, divulgado esta semana, os 634 leões-marinhos autopsiados, que deram à costa no Peru, foram infetados um a um, de forma independente, ao conviver com aves doentes ou a comê-las. Contudo, o biólogo marinho argentino Sergio Lambertucci, um dos responsáveis pela investigação, levanta suspeitas sobre a morte de 100 desses leões-marinhos que foram encontrados mortos, ao mesmo tempo, a boiar nas águas da Isla Asia, a menos de 100 quilómetros de Lima.
Neste caso, teme-se que tenha havido transmissão direta entre leões-marinhos, ou seja, entre mamífero e mamífero, o que pode vir a ser perigoso para os seres humanos.
Recorde-se que o vírus A (H5N1), que está a circular por todo o mundo, é um subtipo de gripe das aves altamente patogénica. De acordo com o El País, na Europa, “causou a epidemia mais devastadora da história, com mais de 50 milhões de aves abatidas em apenas um ano”. O vírus chegou à América do Sul no final de 2022. Só no Peru já matou mais de 50 mil aves selvagens, principalmente, pelicanos e atobás.
Sabe-se que o vírus salta de aves para mamíferos mas, até ao momento, não há nenhuma informação oficial sobre o facto de passar de mamífero para mamífero. Apenas algumas suspeitas.
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