De acordo com o documento da Fundação Bertelsmann, os espanhóis estão um pouco acima da média europeia, já que 62% destes acreditam numa vitória contra a Rússia, que invadiu militarmente a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. O maior ceticismo, no que se refere à vitória da Ucrânia neste conflito, regista-se na Alemanha (55%) e em Itália (51%).
O estudo foi realizado usando a ferramenta Eupinions, da fundação alemã, para medir a opinião europeia.
A ideia da invasão russa na Ucrânia como um ataque a toda a Europa é especialmente aceite na Polónia (79%) e em Espanha (78%).
A maioria das pessoas entrevistadas para o estudo acredita que a Ucrânia defende valores comuns aos europeus.
"Esta unidade é um indicador muito importante", disse Isabell Hoffmann, especialista para a Europa da Fundação Bertelsmann e responsável pela Eupinions.
"A existência de valores comuns e compartilhados é fundamental para legitimar a União Europeia (UE) e os seus Estados-membros a continuarem apoiando a Ucrânia. À medida que a guerra se arrasta, é importante que os cidadãos ucranianos saibam que a grande maioria dos cidadãos europeus reconhece os seus avanços", acrescentou.
Por outro lado, 75% dos inquiridos consideram que a decisão de iniciar conversações de paz ou continuar a lutar é algo que cabe aos ucranianos.
As diferenças mais significativas encontram-se na posição sobre a eficácia das sanções contra a Rússia.
Apenas 40% dos entrevistados consideram que as sanções são um instrumento eficaz, outros 40% consideram-nas ineficazes e os restantes 20% não têm opinião sobre o assunto.
Quanto à culpa pela guerra, 66% dos entrevistados atribuem à Rússia, 11% aos Estados Unidos, 5% por cento à NATO, 5% por cento à Ucrânia e 13% não têm opinião sobre o assunto.
A preocupação com a guerra é grande e 66% declaram que se sentem inseguros e que a situação mundial é mais perigosa do que em épocas anteriores.
Essa preocupação é especialmente alta em Espanha, onde chega a 75%.
"A preocupação por parte do público é excecionalmente alta no momento. Não surpreendentemente, dada a brutalidade da guerra e o nível de ameaça real. Pode-se dizer que as pessoas que estão muito preocupadas continuam a mostrar o seu apoio à Ucrânia, bem como os cidadãos europeus em geral", declarou ainda Isabell Hoffmann.
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