A crise no Sahel e no leste da República Democrática do Congo (RDCongo) têm dominado os temas das reuniões à margem que antecederam a cimeira e outros assuntos de relevo, como a zona de livre-comércio, a insegurança alimentar (acentuada pela invasão da Ucrânia) ou o combate às alterações climáticas, têm menos destaque.
"Sem paz, é difícil encontrar soluções", admitiu na sexta-feira a comissária para a Agricultura e Economia Rural pela União Africana, a angolana Josefa Sacko, numa conferência sobre o seu setor.
No dia da cimeira, o Sahel será um dos temas fortes, até porque além dos conflitos internos, associados ao extremismo islâmico, há três países com lideranças nascidas a partir de golpes de Estado.
A cimeira de chefes de Estado e de Governo, entre 18 e 19 de fevereiro, vai analisar um relatório sobre as atividades do Conselho de Segurança (CPS) da organização e o estado de paz e segurança em África, bem como um documento estratégico sobre governação política, financeira e energética global, a ser apresentado pelo Presidente senegalês, Macky Sall.
A situação militar vai também estar em foco, depois de, no ano passado, os governos de quatro países-membros, Mali, Guiné-Conacri, Sudão e Burkina Faso, terem sido suspensos da UA, na sequência de golpes de Estado.
A instabilidade na República Centro-Africana e no Mali, onde atua o grupo Wagner, mercenários apoiados pelo Kremlin, e a crise no norte de Moçambique, palco de ataques de extremistas islâmicos, são outros temas associados à insegurança no continente.
As questões relacionadas com a crise alimentar mundial, as alterações climáticas e a zona de comércio livre continental são outros temas fortes da cimeira, que vai ainda eleger o sucessor do Senegal na presidência da UA.
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