A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, visitou, esta tarde, as aldeias de Bucha e Irpin, perto de Kyiv, na Ucrânia, onde foram encontradas as primeiras provas de valas comuns e de tortura por parte das forças russas.
Meloni, que se vai encontrar esta terça-feira com Volodymyr Zelensky, comentou o discurso de Vladimir Putin em Moscovo, considerando-o mera "propaganda".
"Uma parte do coração esperava por palavras diferentes, palavras que pudessem abrir a possibilidade de acabar com esta guerra. Em vez disso, ouvimos palavras de propaganda", disse a líder italiana ao La Stampa.
À semelhança do que disse o secretário-geral da NATO, Giorgia Meloni vincou que Putin é que é o "agressor e a Ucrânia a vítima". "Ele é responsável por tudo isto", disse, apontando para as marcas de destruição em Bucha e Irpin.
Sobre as alegações do presidente russo de que a invasão servia para "libertar" o povo ucraniano, a primeira-ministra, que lidera um governo de extrema-direita em Itália cujas ligações à Rússia levantam algumas dúvidas, deixou claro que "não existe um regime" totalitário em Kyiv, mas sim "um povo a pedir ao governo que lute contra os russos".
Ainda assim, face aos pedidos de Kyiv para que a Itália contribuísse com o envio de caças de combate, Meloni descartou esse apoio como "praticamente impossível", mas salientou que se manterá do lado da Ucrânia "até ao fim".
De recordar que Vladimir Putin fez, esta terça-feira, o seu discurso do Estado da Nação, no qual voltou a responsabilizar o Ocidente pela guerra, classificou o governo de Kyiv como autoritário e gabou-se do sucesso económico da Rússia, anunciando também que a Rússia abandonaria o tratado New Start, um acordo que visava a não proliferação de armas nucleares entre os Estados Unidos e o Kremlin.
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