Guerra na Ucrânia? Frase de Lula da Silva "infelizmente não se aplica"
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal afirmou que a frase de Lula da Silva "quando um não quer, dois não brigam", referindo-se à invasão russa da Ucrânia, "infelizmente não se aplica".
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País Guerra na Ucrânia
"A frase quando um não quer, dois não brigam infelizmente não se aplica", afirmou João Gomes Cravinho, em conferência de imprensa, em Brasília, no Palácio Itamaraty, ao lado do ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira.
João Gomes Cravinho referiu-se assim à frase proferida por Luiz Inácio Lula da Silva, perante o chanceler alemão, numa visita oficial a Brasília, depois de ter afirmado que o Brasil não tem qualquer interesse em ceder munições à Ucrânia.
A guerra, insistiu o ministro português, existe "porque um lado quis que existisse".
O Brasil, tanto com a administração de Jair Bolsonaro, como agora de Lula da Silva, tem adotado uma posição passiva em relação à invasão da Ucrânia.
Brasília condenou a invasão russa da Ucrânia na Organização das Nações Unidas (ONU), mas não adotou sanções económicas contra Moscovo. No ano passado, Lula da Silva foi criticado quando disse que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, era "tão responsável" pelo conflito como Vladimir Putin.
O próprio Lula da Silva, no ano passado, chegou a constar numa lista com personalidades acusadas de promoverem propaganda russa, formulada pelo Centro de Combate à Desinformação ucraniano.
Ainda assim, João Gomes Cravinho rejubilou-se pelo facto de com Lula da Silva o Brasil ter regressado ao "primeiro palco internacional" e que tal pode ajudar a pôr um fim ao conflito.
Durante a conferência de imprensa, e questionado por este tema, o ministro das Relações Exteriores do Brasil insistiu na tónica de que o Brasil é um país de paz e que nas discussões sobre a guerra tem de haver um "espaço para negociação de paz".
Em relação à votação na Assembleia-Geral da ONU, onde se pretende votar hoje uma resolução que reivindica a "retirada imediata" das tropas russas da Ucrânia, Mauro Vieira afirmou que ainda se encontra em negociações e quer que se inclua um parágrafo que apele à "cessação das hostilidades".
No início do mês, Lula da Silva defendeu a criação de um grupo de países que se envolva numa mediação para pôr fim à guerra na Ucrânia, uma espécie de G20, que inclua países como Índia, Brasil, Indonésia e China.
Nas últimas semanas, especialmente com a visita do chanceler alemão e da ministra dos Negócios Estrangeiros francesa a Brasília e com a visita de Lula da Silva a Washington para se encontrar com Joe Biden, os apelos destes países para uma tomada de posição mais alinhada ao ocidente intensificaram-se.
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