"Balanço assustador" para as crianças ucranianas após 1.º ano de guerra

O primeiro ano da guerra na Ucrânia resultou num "balanço assustador" para as crianças ucranianas, porque "não há um aspeto da sua vida que não tenha sido diretamente afetado", sublinhou hoje a Unicef em comunicado.

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Lusa
23/02/2023 22:49 ‧ 23/02/2023 por Lusa

Mundo

Unicef

Esta agência da ONU para as crianças defendeu a sua posição com números: 487 crianças mortas e 954 feridas, quase 800 unidades de saúde e cerca de 2.300 escolas e institutos danificados ou destruídos e ainda 3,2 milhões de crianças carentes de ajuda humanitária dentro da Ucrânia e 5,3 milhões que tiveram a sua educação interrompida.

No campo da saúde, 1,5 milhão de crianças sofrem de problemas de saúde mental e milhares de deslocados e refugiados ficaram sem vacinas fundamentais, como as que os protegem contra poliomielite, sarampo, difteria e outras doenças fatais.

No total, 7,8 milhões de crianças no país sofreram e continuam a sofrer "violência, destruição, morte e mutilação, trauma psicológico, perda ou separação de familiares [e até] temperaturas congelantes" contra as quais não podem lutar, destacou a Unicef.

Como em todas as guerras, a pobreza agravou a situação das famílias e do seu poder de compra no país, levando a que a taxa de pobreza infantil duplicasse no ano passado, até 82%, com especial impacto na população deslocada.

A agência da ONU para a proteção das crianças lançou este ano um apelo para arrecadar fundos no valor de 1.050 milhões de dólares (cerca de 1.000 milhões de euros), necessários para cobrir as necessidades imediatas e de longo prazo de 9,4 milhões de pessoas, quase metade destas (4 milhões) crianças.

À medida que a guerra da Rússia contra a Ucrânia continua, a Unicef estabeleceu a sua própria lista de prioridades para proteger as crianças, como o garantir e um acesso rápido e seguro à ajuda humanitária, o fim dos ataques a crianças e à infraestrutura da qual dependem, como hospitais e instalações de água.

A Unicef pretende também impedir que as escolas sejam usadas para fins militares e não usar dispositivos explosivos em áreas populosas.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: AR ilumina-se de amarelo e azul para assinalar 1 ano de guerra. Veja aqui

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