Centenas protestam na Tunísia contra racismo que visa subsarianos

Várias centenas de pessoas protestaram, este sábado, na capital tunisina contra o racismo que visa os migrantes oriundos de países da África Subsariana, exigindo um pedido de desculpas do Presidente Kais Saied.

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Lusa
25/02/2023 23:11 ‧ 25/02/2023 por Lusa

Mundo

Migrações

O protesto no centro da cidade de Tunes mobilizou artistas, ativistas de direitos humanos, jornalistas e representantes da sociedade civil.

Na terça-feira, o Presidente da Tunísia, Kais Saied, advogou "medidas urgentes" contra a imigração ilegal de cidadãos naturais da África Subsariana, considerando que a sua presença no país é fonte de "violência, crimes e atos inaceitáveis".

"Este discurso, que apela à violência e ao ódio, envergonha-nos e não representa a Tunísia e os tunisinos", disse, citada pela agência noticiosa AFP, uma responsável de uma associação tunisina de apoio às minorias, Raoudha Seibi, que participou na manifestação.

O porta-voz do Fórum Tunisino para os Direitos Sociais e Económicos, Romdhane Ben Amor, deplorou o número crescente de agressões racistas contra migrantes subsarianos após os comentários do Presidente Kais Saied.

"Assistimos a tentativas para expulsar alguns migrantes das suas casas. Outros estão a ser impedidos de usar os transportes públicos", afirmou Ben Amor, em declarações à agência noticiosa AP.

Após protestos de organizações não-governamentais tunisinas e internacionais, o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, condenou na sexta-feira "as declarações chocantes feitas pelas autoridades tunisinas contra os compatriotas africanos".

O ex-primeiro-ministro do Chade (país da África Subsariana) registou, em comunicado, que essas declarações vão "contra a letra e o espírito" da União Africana e os seus "princípios fundadores".

Cerca de 100 migrantes subsarianos foram recentemente detidos ao cruzarem clandestinamente a fronteira com a Tunísia, segundo Riadh Nouioui, procurador-adjunto de Kasserine, uma região montanhosa perto da Argélia.

Leia Também: União Africana condena declarações de presidente tunisino sobre migrações

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