Pelo menos 59 migrantes, incluindo um recém-nascido, morreram este domingo quando o barco em que viajavam se afundou ao largo da costa da Calábria, no sul de Itália, segundo o balanço mais recentes feito pelas autoridades à agência France-Press.
Alguns meios de comunicação social italianos noticiaram que estavam no barco naufragado entre 150 e 250 pessoas, tendo a autarquia de Crotone, onde aconteceu o naufrágio, referido num comunicado citado pelo jornal La Repubblica, que o número de migrantes no barco estava entre os 150 e os 180, com origens turcas, paquistanesas, afegãs e somalis. Cerca de dez dos 80 sobreviventes serão menores, diz o comunicado. Já o Corriere Dela Sera avança que há 12 menores entre as vítimas mortais.
Uma das vítimas mortais será um bebé com poucos meses.
As operações de resgate continuam neste local, depois de, pelo menos 80 pessoas, terem sido resgatadas. A mesma nota citada pela imprensa italiana refere ainda que os sobreviventes foram divididos por dois hospitais.
Os sobreviventes disseram às autoridades que o precário barco de pesca em que viajavam se partiu ao meio e muitos dos seus passageiros caíram à água, pois o mar estava agitado.
#BREAKING 59 migrants dead in southern Italy boat wreck: mayor pic.twitter.com/OnIUIHy5um
— AFP News Agency (@AFP) February 26, 2023
O barco aparentemente bateu em rochas antes que os migrantes pudessem pedir ajuda, noticiou a agência espanhola EFE.
Os corpos recuperados, que incluem um bebé recém-nascido e várias crianças, foram arrastados para a praia turística de Steccato e, segundo os Carabinieri (polícia militarizada italiana), estão espalhados ao longo de vários quilómetros.
À medida que os esforços de salvamento prosseguem, as autoridades estão a interrogar os sobreviventes para descobrir as circunstâncias do acidente e a origem dos migrantes.
A tragédia ocorre três dias após o parlamento italiano ter aprovado, na quinta-feira, um novo decreto de migração, elaborado pelo Governo de extrema-direita de Giorgia Meloni.
Entre outras questões, o regulamento torna obrigatório solicitar a afetação de um porto após o primeiro salvamento de um grupo de migrantes e ir para esse local sem se desviar para localizar outras embarcações em perigo.
As organizações não-governamentais (ONG) queixaram-se repetidamente que as autoridades italianas têm vindo a atribuir portos distantes no norte e centro de Itália, que demoram até quatro ou cinco dias a chegar.
Essas deslocações levam as ONG a negligenciar as suas operações na zona central do Mediterrâneo, onde ocorrem a maioria dos naufrágios deste tipo de embarcações.
[Notícia atualizada às 18h22]
Leia Também: Migrações. Von der Leyen pede "esforços redobrados" após naufrágio