"Vamos explorar todas as opções legais e pacíficas para recuperar o nosso mandato, ganhámos as eleições e vamos prová-lo aos nigerianos", afirmou Obi, líder do Partido Trabalhista (LP, na sigla em inglês) numa conferência de imprensa em Abuja, a capital do país.
Segundo a Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), Bola Ahmed Tinubu, com 70 anos, venceu as eleições presidenciais com mais de 8,8 milhões de votos, ou 36,6% dos boletins escrutinados. As eleições foram contestadas pela oposição, que denunciou a existência de uma fraude "massiva".
O candidato do All Progressives Congress (APC, no poder), antigo governador de Lagos, sucederá ao Presidente cessante, Muhammadu Buhari, com 80 anos, muito criticado no país por uma governação medíocre ao longo de dois mandatos marcados pela explosão da pobreza e da insegurança.
Peter Obi, com 61 anos, ficou em terceiro lugar com 25,4% dos votos, o que constitui um feito assinalável num país cujo poder tem sido dividido pelas duas principais formações políticas desde o fim da ditadura militar, em 1999.
O segundo candidato mais votado foi Atiku Abubakar, do Partido Popular Democrático (PDP, maior partido da oposição), ex-vice-presidente na administração de Olusegun Obasanjo, entre 1999 e 2007, com 29% dos votos contabilizados.
As eleições decorreram de forma geralmente pacífica, mas marcadas por atrasos na contagem e por grandes falhas na transferência eletrónica dos resultados, que constituem o argumento central de muitos eleitores e partidos da oposição para pedirem a repetição do escrutínio.
"Esta eleição vai ser uma das mais controversas alguma vez realizadas na Nigéria", afirmou Obi.
"O povo nigeriano (...) foi mais uma vez assaltado pelos nossos líderes, supostamente de confiança", acrescentou.
As eleições no país mais populoso de África têm sido sempre manchadas por alegações de fraude e violência desde o advento da democracia há quase um quarto de século.
Tinubu apelou esta quarta-feira à união das oposições em benefício do futuro do país. "Peço-vos que se juntem a nós para que possamos começar a reconstruir juntos a nossa casa nacional", afirmou.
Apelidado de "padrinho" ou "criador de reis" devido à sua influência junto do poder, Tinubu tem sido repetidamente acusado de corrupção ao longo da sua carreira, sem nunca ter sido condenado.
Os candidatos que quiserem contestar judicialmente as eleições têm 21 dias após o anúncio dos resultados para o fazer.
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