O responsável do grupo de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin, revelou, esta terça-feira, que permanecem entre 12 mil a 20 mil soldados ucranianos a defender a cidade de Bakhmut, epicentro dos combates no leste da Ucrânia.
“É muito complicado matar entre 12 mil e 20 mil soldados ucranianos até amanhã de manhã”, disse o responsável, citado pela agência de notícias Agence France-Presse (AFP).
A declaração de Prigozhin surge após o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, ter referido esta manhã, que Bakhmut é “um importante centro defensivo para as tropas ucranianas no Donbass” e que capturar a cidade “permitirá novas operações ofensivas no interior das linhas de defesa das forças ucranianas”.
As tensões entre o grupo Wagner e o Ministério da Defesa da Rússia têm sido comuns, com Prigozhin a reclamar a falta de munições.
Os combatentes do grupo Wagner estão na linha da frente da batalha por Bakhmut, uma cidade no leste da Ucrânia que a Rússia está a tentar conquistar há vários meses e que se tornou num símbolo da luta pelo controlo da região industrial do Donbass, formada pelas autoproclamadas repúblicas independentes de Lugansk e de Donetsk.
Apesar das fortes tensões entre o grupo Wagner e o exército, as forças russas fizeram, nos últimos dias, progressos na zona de Bakhmut e ameaçam agora cercar a cidade que os ucranianos continuam a defender ferozmente.
Ainda esta terça-feira, as autoridades russas na região de Donetsk afirmaram que as forças militares da Rússia controlam quase metade do território da cidade.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 13 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combate.
Leia Também: Estudante condenado a 8 anos e meio por desacreditar exército russo