"Vemos que as mulheres podem ser inovadoras e ajudar a transformar a saúde de todas as pessoas" em África, disse hoje Moeti numa declaração, a propósito do tema fixado pelas Nações Unidas para 2023: "A inclusão da mulher no mundo digital e a utilização da inovação e da tecnologia para a igualdade de género".
"A adoção da saúde digital e outras inovações tecnológicas tiveram um impacto positivo nos registos de saúde eletrónicos, gestão de dados de saúde, segurança e comunicação eficaz entre trabalhadores, pacientes e partes interessadas da comunidade", afirmou.
Moeti saudou os progressos, particularmente na área da saúde reprodutiva e neonatal, com diferentes aplicações que permitem às mulheres, por exemplo, reconhecer sintomas perigosos nos seus filhos ou aprender sobre a sua própria saúde.
Além disso, em dezembro de 2018, mais de um terço das 2.400 candidaturas de 77 países para um concurso de inovação organizado pela primeira vez pelo escritório da OMS em África provinham de empresas lideradas por mulheres, recordou.
No entanto, segundo Moeti, "temos de fazer mais para eliminar a divisão digital de género, que afeta principalmente mulheres e raparigas vulneráveis, especialmente nas zonas rurais e remotas com baixo estatuto educacional e económico".
Para o fazer, é necessário "sensibilizar" para a desigualdade, promover "políticas e quadros legais" que protejam as mulheres e raparigas, e encorajar a participação das mulheres na ciência e tecnologia, disse.
Desta forma, "asseguraremos que as mulheres e raparigas desfavorecidas e vulneráveis beneficiem igualmente das inovações digitais e tecnológicas para melhorar a sua saúde e bem-estar".
Como relatado pela OMS em março do ano passado, embora as mulheres representem 70% dos profissionais de saúde e sociais em África, elas ainda não ocupam a maioria dos cargos superiores.
De acordo com dados da ONU, por exemplo, 85% dos grupos de trabalho criados para responder à pandemia da covid-19 no continente africano eram liderados por homens na altura e apenas 15% por mulheres, com uma participação global das mulheres nestes organismos de apenas 30%.
Leia Também: Google celebra Dia Internacional da Mulher com novo Doodle