De acordo com o presidente da entidade reguladora do mercado, hoje em Harare, citado pela agência Associated Press, a quantidade de terra usada para cultivar tabaco está a recuperar para quase 120 mil hectares, face aos 110 mil da época passada, apesar do aumento do preço dos fertilizantes.
"Os agricultores foram muito atingidos porque a guerra na Ucrânia eclodiu quando estávamos a plantar a nossa colheita, por isso pagámos mais do que devíamos pelos fertilizantes", disse Patrick Devenish, atribuindo a previsão de aumento da produção ao número maior de agricultores e à expansão da terra cultivada.
O Zimbabué é um dos cinco maiores produtores de tabaco a nível mundial, mas a indústria tem sido afetada pela falta de financiamento, tendo recorrido, nos últimos anos, a empréstimos chineses.
"O dinheiro, depois de vendida a colheita, regressa ao estrangeiro, e nós queremos que fique no nosso país para os nossos cidadãos beneficiarem dos lucros", acrescentou Devenish.
O vice-presidente do país, Constantino Chiwenga, também reconheceu o problema, apontando que anunciou que na próxima época de colheitas vai avançar 60 milhões de dólares (56,9 milhões de euros) aos agricultores para que possam não só manter os lucros no Zimbabué, como também dar um passo à frente na cadeia de valor desta indústria.
"É uma pena que exportemos 98% do nosso tabaco numa forma semiprocessada, o que significa que estamos, literalmente, a exportar empregos e valor", lamentou, depois de apresentar as principais linhas de um programa governamental para aumentar a taxa de processamento de tabaco no país de 2% para 30% nos próximos anos.
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