"Os resultados revelam padrões perturbadores", refere a organização não-governamental (ONG) num relatório, depois de comparar o número de pessoas feridas durante intervenções policiais com o número de mortos (taxa de letalidade).
"A taxa de letalidade tem um valor extremo para o Quénia (3,9), que tem o maior número de todos os países com os quais foi comparada, incluindo Brasil, México e El Salvador, países latino-americanos conhecidos pelos padrões de uso excessivo da força", acrescentou a ONG.
Das pelo menos 121 pessoas mortas em 2021 por ação ou omissão da polícia queniana, 80 foram mortas a tiro por agentes, três eram transeuntes apanhados no fogo cruzado entre suspeitos e polícia, 19 perderam a vida às mãos da polícia sem usar armas de fogo e 11 morreram sob custódia policial.
Em abril do ano passado, a plataforma de direitos humanos Quénia Missing Voices documentou que pelo menos 187 execuções extrajudiciais e 32 desaparecimentos forçados ocorreram em 2021.
A NANHRI recomendou um melhor treino das autoridades de segurança quenianas para "fazerem uso mínimo da força e de armas de fogo", bem como "investigar minuciosamente os casos em que há indicação de uma possível execução sumária para que os responsáveis possam ser levados à justiça".
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